EUA enviam submarino e porta-aviões a Israel diante de temor de retaliação do Irã e tentativa de cessar-fogo em Gaza

12 de agosto de 2024 às 09:35
Guerra

Foto: Reprodução

O Globo

O Pentágono anunciou o envio do submarino Georgia, com capacidade de disparar mísseis, para o Oriente Médio, à medida em que Israel e países da região esperam o próximo passo do Irã, que não desistiu da ideia de retaliar o Estado judeu após o assassinato do líder do Hamas Ismail Haniyeh em Teerã. Em meio ao cenário de incerteza, Washington tenta demonstrar seu apoio a Israel e criar um elemento de dissuasão a uma ampliação regional do conflito.

O envio do submarino foi confirmado pelo general Patrick Ryder, porta-voz do Pentágono, em um raro anúncio público sobre a movimentação de ativos militares americanos — o que reforça o caráter de dissuasão da medida. Antes, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, já havia ordenado o envio do porta-aviões USS Abraham Lincoln, equipado com caças F-35, também anunciado ao público.

As autoridades americanas argumentaram que as ordens são uma resposta às ameaças do Irã e seus aliados em Gaza, Líbano e Iêmen, que juraram se vingar pelo assassinato de Haniyeh — oficialmente, o Estado judeu não confirmou nem negou a autoria do ataque, mas autoridades do país afirmaram que suas forças estão de prontidão e em alerta para possíveis ações hostis partindo de Teerã ou de algum aliado do Eixo da Resistência.

Austin conversou com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, no domingo — na terceira ligação entre os dois em uma semana. Gallant tratou sobre a "prontidão e capacidades do exército israelense diante das ameaças representadas pelo Irã e seus representantes regionais", segundo um anúncio do governo israelense. O ministro israelense também teria discutido "a urgência de se chegar a um acordo para a libertação de reféns e agradeceu à administração dos EUA por sua liderança e comprometimento com essa questão", disse o comunicado.

 

A conversa entre os ministros ocorreu um dia após um ataque aéreo israelense atingir um complexo escolar, usado como abrigo por deslocados na Cidade de Gaza. Segundo a Defesa Civil do território, governado pelo Hamas, 93 pessoas morreram, entre elas muitas mulheres e crianças. O Exército de Israel afirmou que esse estabelecimento servia de base para o Hamas e a Jihad Islâmica para "realizar ataques" contra seus soldados e indicou que, nessa operação, matou pelo "menos 19 terroristas".