Em reunião na Malásia, Lula negocia com Trump e consegue acordo para suspender tarifas dos EUA

26 de outubro de 2025 às 13:48
Política

Lula se reúne com Trump na Malásia e discute relações entre Brasil-EUA - Foto: Ricardo Stuckert / PR

Por Francês News

Em um encontro bilateral realizado neste domingo (26), em Kuala Lumpur, na Malásia, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil) e Donald Trump (Estados Unidos) deram um passo significativo para destravar as relações comerciais entre os dois países. A reunião, que durou cerca de 50 minutos durante a 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), focou na suspensão imediata das tarifas impostas pelos EUA às exportações brasileiras.

Durante o diálogo, o presidente Lula afirmou não ver razão para desavenças entre Brasil e Estados Unidos e pediu diretamente a Trump o fim do "tarifaço". A medida, anunciada em julho, instituiu uma taxa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para o mercado americano, além de ter incluído sanções a ministros do governo e do STF. Lula expressou confiança no diálogo, declarando: "Na hora em que dois presidentes sentam em uma mesa, cada um coloca seu ponto de vista, cada um coloca seus problemas, a tendência natural é encaminhar para um acordo".

O resultado prático foi imediato. De acordo com o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, que acompanhou a reunião ao lado do secretário de Estado americano, Marco Rubio, o presidente Trump autorizou sua equipe a iniciar as negociações para a revisão das tarifas ainda na noite de domingo (horário local). "A reunião foi muito positiva, o saldo final é ótimo. O presidente Trump declarou que dará instruções a sua equipe para que comece um processo, um período de negociação bilateral, que deve se iniciar hoje ainda", comemorou Vieira em entrevista à imprensa.

O clima do encontro foi descrito como descontraído e respeitoso. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Donald Trump demonstrou admiração pela trajetória política de Lula, mencionando suas duas presidências anteriores, a perseguição política, a recuperação e a vitória para o terceiro mandato. O chanceler também confirmou a troca de convites para visitas oficiais. Trump manifestou a intenção de vir ao Brasil, enquanto Lula aceitou, com prazer, um futuro convite para visitar os Estados Unidos, reforçando a disposição de estreitar os laços entre as duas nações.