Ozzy Osbourne, morto aos 76 anos, deixa herança de R$ 1,2 bilhão; entenda como ele foi 'máquina de faturar'
Por redação com O Globo
John Michael “Ozzy” Osbourne morreu aos 76 anos após uma longa luta contra o Parkinson. Deixou um legado cultural inestimável e também uma fortuna de US$ 220 milhões (o equivalente, na cotação atual, a R$ 1,2 bilhão), segundo a Forbes e a Finance Monthly, uma publicação financeira com sede na Inglaterra. Além de ser uma verdadeira estrela do heavy metal e de ter forjado com façanhas incríveis o apelido de “Príncipe das Trevas”, Ozzy também era uma máquina de faturar.
O lendário vocalista do Black Sabbath, transformado em ícone cultural global, converteu décadas de excessos, controvérsias e reinvenções em um império econômico tão sólido quanto seu legado musical.
Ele vendeu discos — milhões e milhões pelo mundo todo. Estima-se que, entre seu trabalho com o Black Sabbath e a carreira solo, ele tenha vendido mais de 120 milhões de cópias. Mas sua obra transcendeu o tempo e os formatos: o último relatório do Spotify, de julho de 2025, aponta que suas músicas somam mais de 3,8 bilhões de reproduções. A canção mais popular, Crazy Train, tem 242 milhões de plays. Sua obra o transcenderá — e continuará gerando riqueza.
Apesar dos altos e baixos, seu poder de atrair público nunca diminuiu. Há poucos dias, em 5 de julho, Ozzy encerrou sua carreira com um show histórico em Birmingham, sua cidade natal. Mais de 40 mil pessoas estiveram presentes no evento, enquanto 5,8 milhões assistiram por streaming. A arrecadação — que superou US$ 178 milhões — foi totalmente destinada a instituições de caridade.
Ao longo da vida, Ozzy enfrentou todos os excessos possíveis — drogas, álcool — e não evitou nenhum. Mas caiu, levantou-se, transformou sua escuridão em espetáculo e seu espetáculo em negócio. Assim, em 2002, protagonizou The Osbournes, um reality show que permitiu ao grande público entrar na intimidade de seu lar e ver como o temido e admirado Príncipe das Trevas levava o lixo para fora e fazia tarefas domésticas. Também mostrou seu lado mais sensível, ao apoiar sua esposa na luta contra o câncer.
Desde o primeiro episódio, foi a maior audiência da história da MTV. Teve cinco temporadas. Depois, Ozzy e a família voltaram ao gênero com The Osbournes Want to Believe e o especial The Osbournes: Night of Terror, ambos centrados em investigações paranormais. A televisão o tirou da depressão, multiplicou sua popularidade e também encheu seus bolsos.
Por trás do personagem excêntrico e da voz rouca, Ozzy construiu um legado familiar que também é empresarial. Sua esposa, Sharon Osbourne, foi muito mais do que sua empresária: foi a arquiteta de sua ressurreição midiática e financeira. Os herdeiros naturais de sua fortuna são seus filhos: Aimee, Kelly e Jack Osbourne, todos com carreiras próprias na música, televisão e produção.
Propriedades: luxo e legado
Em 1996, Ozzy e Sharon Osbourne tornaram-se promotores de eventos e fundaram o Ozzfest, um festival itinerante que redefiniu o circuito do metal e serviu de plataforma para bandas emergentes como Slipknot, System of a Down e Disturbed. Além do impacto cultural, o festival foi um sucesso financeiro: gerou mais de US$ 100 milhões em lucro e atraiu mais de 5 milhões de pessoas ao longo de suas edições.
Em 2022, Ozzy declarou: “Estamos deixando Los Angeles. Os impostos se tornaram proibitivos”. E logo passou à ação: colocou sua mansão à venda. O anúncio correu o mundo. A residência, localizada em Hancock Park, Los Angeles, pela qual haviam pago US$ 12 milhões sete anos antes, foi colocada no mercado por um valor maior: 18 milhões de dólares.
A propriedade, construída em 1929 pelo arquiteto A.K. Kellogg, é uma joia do estilo revival mediterrâneo. Após uma restauração meticulosa, a residência se tornou um reflexo do gosto excêntrico e refinado dos Osbourne. Conta com mais de 1.000 metros quadrados, seis suítes, biblioteca revestida em madeira, cinema privativo, cozinha de chef, piscina com mosaicos artesanais e um apartamento independente para hóspedes.
Eles se mudaram para Buckinghamshire, no Reino Unido, para uma mansão chamada Welders House, comprada em 1993 e cujo valor de mercado hoje ultrapassaria os US$ 15 milhões. A propriedade, imponente, foi construída em 1899 e, por um período, funcionou como hospital psiquiátrico para mulheres. Jack Osbourne, filho do cantor, declarou mais de uma vez que a mansão “é mal-assombrada”.