Concessão de serviço de água sem aval da Câmara agrava crise hídrica em Palmeira dos Índios

23 de abril de 2025 às 14:24
DESABASTECIMENTO E SEDE

Foto: reprodução

Por redação

Palmeira dos Índios enfrenta uma crise prolongada no abastecimento de água. Moradores relatam interrupções que duram de 30 a 60 dias em diversos bairros e comunidades rurais. O problema ganhou novos contornos após a revelação de que, em 2021, a concessão do serviço foi transferida à iniciativa privada por 40 anos, sem votação ou aprovação da Câmara de Vereadores.

O contrato, assinado pelo então prefeito Júlio Cezar, autorizou a empresa Águas do Sertão a operar o sistema de abastecimento até 2061. Desde então, a população reclama de falhas no fornecimento, cobranças consideradas abusivas e dificuldade no acesso ao serviço.

Além da escassez de água, há críticas à cobrança de uma tarifa de esgoto de 80%, à destruição de calçamentos e à demora na resolução de problemas operacionais. A empresa tem sido convocada a prestar esclarecimentos, mas a última audiência pública foi adiada pela segunda vez consecutiva, aumentando a insatisfação popular.

A Câmara de Vereadores, que não participou da aprovação do contrato, é alvo de críticas por não ter contestado formalmente a concessão. A falta de debate público e a ausência de consulta à população também são pontos levantados por entidades civis e lideranças comunitárias.

A cidade segue sem previsão de normalização no abastecimento, enquanto o contrato permanece em vigor até 2061.