Concessão de serviço de água sem aval da Câmara agrava crise hídrica em Palmeira dos Índios
Por redação
Palmeira dos Índios enfrenta uma crise prolongada no abastecimento de água. Moradores relatam interrupções que duram de 30 a 60 dias em diversos bairros e comunidades rurais. O problema ganhou novos contornos após a revelação de que, em 2021, a concessão do serviço foi transferida à iniciativa privada por 40 anos, sem votação ou aprovação da Câmara de Vereadores.
O contrato, assinado pelo então prefeito Júlio Cezar, autorizou a empresa Águas do Sertão a operar o sistema de abastecimento até 2061. Desde então, a população reclama de falhas no fornecimento, cobranças consideradas abusivas e dificuldade no acesso ao serviço.
Além da escassez de água, há críticas à cobrança de uma tarifa de esgoto de 80%, à destruição de calçamentos e à demora na resolução de problemas operacionais. A empresa tem sido convocada a prestar esclarecimentos, mas a última audiência pública foi adiada pela segunda vez consecutiva, aumentando a insatisfação popular.
A Câmara de Vereadores, que não participou da aprovação do contrato, é alvo de críticas por não ter contestado formalmente a concessão. A falta de debate público e a ausência de consulta à população também são pontos levantados por entidades civis e lideranças comunitárias.
A cidade segue sem previsão de normalização no abastecimento, enquanto o contrato permanece em vigor até 2061.