Domo de Ferro de Israel abate 50 foguetes do Hezbollah; escalada de ataques preocupa autoridades

04 de agosto de 2024 às 09:08
Guerra

Foto: Jalaa Marey/AFP

O Globo

Estados Unidos e Reino Unido pediram que seus cidadãos deixem o Líbano o quanto antes, e o Canadá pediu que seus cidadãos evitem viagens a Israel. Na madrugada deste domingo, o Domo de Ferro de Israel conteve o ataque do Hezbollah, que lançou cerca de 50 foguetes do sul do Líbano.

"A tensão está elevada e a situação pode se deteriorar rapidamente", advertiu o chanceler britânico, David Lammy, acrescentando: "Minha mensagem para os cidadãos britânicos que lá estão é clara: saiam já."

Os chefes das diplomacias dos Estados Unidos e da França, Antony Blinken e Stéphane Séjourné, respectivamente, pediram às partes "moderação máxima, para evitar uma conflagração que teria consequências devastadoras para os países da região", indicou a chancelaria francesa.

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos revelou na sexta-feira que ordenou "ajustes" para "melhorar a proteção" de suas forças e "aumentar o apoio à defesa de Israel", devido à "possibilidade de uma escalada regional por parte do Irã e de seus parceiros". A tensão regional se agravou com a morte na terça-feira, em um bombardeio israelense em um subúrbio de Beirute, de um alto dirigente do Hezbollah, e o assassinato no dia seguinte em Teerã do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em um ataque atribuído a Israel.

Haniyeh, cuja foi morte foi denunciada em protestos em vários países muçulmanos neste sábado, entre eles Marrocos e Turquia, foi sepultado na véspera em um cemitério perto de Doha, no Catar, onde vivia exilado, após um cortejo fúnebre que reuniu multidões. O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, ameaçou Israel com um "severo castigo" e o chefe do Hezbollah, Hasan Nasrallah, falou de uma "resposta inevitável".

A representação do Irã na ONU disse esperar que o Hezbollah ataque em "profundidade" o território israelense e que não se limite a alvos militares. Israel e Hezbollah, aliado do Hamas, têm protagonizado confrontos quase que diários de artilharia desde o início da guerra em Gaza.

O Hezbollah anunciou neste sábado que lançou "dezenas" de foguetes Katiusha contra o assentamento de Beit Hillel, no norte de Israel. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, assegurou na quinta-feira que Israel "está em um alto nível de preparação para qualquer cenário, tanto defensivo quanto ofensivo".

As Forças Armadas de Israel anunciaram, neste sábado, o resgate de quatro reféns capturados pelo Hamas

Sem dar explicações, a companhia áerea turca Turkish Airlines cancelou neste sábado, pela segunda noite consecutiva, seus voos noturnos com destino a Teerã.

Bombardeio em Gaza

A Defesa Civil da Faixa de Gaza informou que um bombardeio israelense matou pelo menos 17 pessoas neste sábado em um complexo escolar da Cidade de Gaza.

"Há 17 mártires e vários feridos devido ao bombardeio israelense contra a escola de Hamama", declarou o órgão em um comunicado. O balanço anterior era de 10 mortos.

O porta-voz da Defesa Civil do território palestino, Mahmud Basal, havia confirmado à AFP que o complexo abrigava deslocados pela guerra. O Exército israelense confirmou o ataque e informou que foi direcionado contra "terroristas que operavam em um centro de comando e controle do Hamas" instalado no local.

O Exército israelense assumiu, nesta quinta-feira, que bombardeou uma escola da Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA), na Faixa de Gaza. Segundo os militares, a sede abrigava "uma base" do movimento islâmico Hamas. Bombardeio deixou pelo menos 39 mortos e numerosos feridos.

A guerra teve início em 7 de outubro, quando milicianos islamistas mataram 1.197 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, de acordo com um levantamento da AFP baseado em dados oficiais israelenses. Israel estima que 111 pessoas ainda estejam em cativeiro em Gaza, incluindo 39 que estariam mortas.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que já matou 39.550 pessoas em Gaza, também em sua maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo Hamas desde 2007.