PF vai à casa de Anderson Torres, mas ex-ministro não é localizado

25 de novembro de 2025 às 16:15
Política

Anderson Torres durante depoimento à CPMI do 8 de Janeiro - Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Por Francês News

Agentes da Polícia Federal tentaram cumprir, na tarde desta terça-feira (25), o mandado de prisão contra o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, mas não o encontraram em sua residência no Jardim Botânico, área de alto padrão em Brasília. Apenas a esposa dele estava no local no momento da ação.

Torres, que também já comandou a Segurança Pública do Distrito Federal, recebeu sentença de 24 anos de prisão por envolvimento na tentativa de golpe de Estado. Quando for detido, deverá ser encaminhado ao 19º Batalhão da Polícia Militar do DF — o Papudinha — conforme determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

A ordem de prisão ocorre no mesmo dia em que o STF declarou o trânsito em julgado do processo que condenou Jair Bolsonaro e outros integrantes do chamado “núcleo 1” da articulação golpista, grupo que inclui o próprio Torres e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Generais como Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira também foram alvo de mandados, assim como o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, preso pela manhã.

Na véspera, a defesa de Torres havia solicitado ao STF que, caso preso, ele pudesse cumprir a pena na Superintendência da Polícia Federal ou no Batalhão de Aviação Operacional da PM. Os advogados afirmam que o ex-ministro enfrenta depressão desde sua primeira prisão, em 2023, e faz uso contínuo de medicamentos controlados, argumento utilizado para pedir que ele não seja levado a um presídio comum.

A condenação de Torres se baseou em duas frentes: sua atuação no Ministério da Justiça durante as eleições de 2022, quando teria contribuído para operações que dificultaram o deslocamento de eleitores, e seu comportamento como secretário de Segurança Pública do DF nos eventos de 8 de janeiro de 2023. A minuta de decreto encontrada em sua casa, que previa intervenção irregular no sistema eleitoral, foi interpretada pelo STF como parte do esquema para contestar ilegalmente o resultado das urnas.