Operação mais letal da história do Rio deixa 60 mortos, incluindo quatro policiais

28 de outubro de 2025 às 16:02
Polícia

Foto: reprodução

Por Redação com agências 

Pelo menos 60 pessoas morreram durante uma megaoperação contra o Comando Vermelho, deflagrada na manhã desta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, zona norte do Rio de Janeiro. Entre as vítimas estão quatro policiais — dois civis e dois militares.

A ação, que mobilizou 2,5 mil agentes de segurança, buscava conter o avanço territorial da facção e prender líderes do tráfico. Os criminosos reagiram com barricadas, drones, bombas e tiros, transformando a região em uma zona de guerra.

Durante os confrontos, os policiais civis Marcos Vinicius Cardoso Carvalho, de 51 anos, conhecido como Máskara, e Rodrigo Velloso Cabral, de 34, foram mortos. Ao todo, 81 pessoas foram presas, e os agentes apreenderam 75 fuzis, além de um grande volume de munições.

O governador Cláudio Castro (PL) afirmou em coletiva que não solicitou apoio do governo federal, criticando a falta de integração entre as forças de segurança. Segundo ele, pedidos anteriores de uso de blindados haviam sido negados por ausência de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

Autoridades confirmaram que traficantes usaram drones armados com explosivos contra equipes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). O controle da operação foi centralizado no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).

Durante a coletiva, o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, anunciou a prisão de Thiago do Nascimento Mendes, o Belão do Quitungo, apontado como braço direito de Edgard Alves de Andrade, o Doca, uma das principais lideranças do CV no Rio.

A operação visava cumprir 51 mandados de prisão, parte de uma investigação do Gaeco (MPRJ) que denunciou 67 pessoas por associação para o tráfico e três por tortura. O Complexo da Penha, segundo o MP, é hoje um dos principais centros logísticos da facção, com influência em áreas dominadas por milícias.

Com o alto número de mortes, a ação já é considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, reacendendo o debate sobre os limites das operações policiais em áreas densamente povoadas.