Lula negocia com Lira e Motta redistribuição de cargos após derrota no Congresso

15 de outubro de 2025 às 08:24
Política

Foto: Agência Brasil

Por Redação 

O governo federal iniciou tratativas para substituir indicados do Centrão que perderam espaço político após a derrota da Medida Provisória 1303. Segundo a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, o objetivo é reforçar a base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso.

As novas nomeações serão definidas em articulação com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e lideranças partidárias. Gleisi afirmou que parte dos anúncios poderá ocorrer já na próxima semana, com prioridade a parlamentares que mantêm alinhamento com o Planalto.

Na terça-feira (14), Gleisi se reuniu com o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para discutir a reorganização política. A ministra negou que Lira tenha atuado como emissário do Centrão, mas reconheceu que ele foi peça importante em votações estratégicas, como a que ampliou a faixa de isenção do Imposto de Renda.

A articulação ocorre em meio à expectativa pela análise da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que foi adiada a pedido do Executivo. O governo busca reorganizar apoios e compensar os R$ 35 bilhões perdidos após a derrota da MP.

Nos bastidores, lideranças governistas admitem que a reestruturação de cargos também tem reflexos sobre a disputa eleitoral de 2026. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que o Congresso “já ligou o modo 2026” e defendeu foco nas votações prioritárias até o fim do ano.

Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da bancada petista, considerou “correta” a retirada de espaços de quem não votou com o Planalto. Segundo ele, a medida abre margem para reforçar alianças com parlamentares que apoiam o governo.

Parlamentares desalojados criticaram a decisão e alertaram para riscos de isolamento político. “O governo pode ser inviabilizado sem apoio da maioria da Câmara”, disse um deputado sob reserva. Mesmo assim, há setores que apostam na reabertura do diálogo como saída para recompor a base.