Defensoria Pública esvazia Núcleo de Proteção Coletiva responsável por ações contra a Braskem
Por Redação
O Núcleo de Proteção Coletiva da Defensoria Pública do Estado de Alagoas sofrerá mudanças significativas a partir do próximo dia 21 de agosto. Três dos defensores que integravam a linha de frente do órgão foram afastados de suas funções, e o coordenador do núcleo, Ricardo Antunes Melro, foi exonerado do cargo. As decisões foram assinadas pelo defensor público-geral, Fabrício Leão Souto, e publicadas no Diário Oficial desta segunda-feira (4).
Foram desligados do Núcleo os defensores Lucas Monteiro Valença, Marcelo Barbosa Arantes e Daniel Coêlho Alcoforado. A medida foi anunciada no mesmo dia em que o órgão convocou uma audiência pública para apresentação de um relatório técnico-científico sobre a subsidência causada pela atividade mineradora da Braskem em Maceió, marcada para a próxima sexta-feira (8), no Centro Universitário Cesmac.
O Núcleo tem atuado na defesa de moradores de áreas afetadas pelo afundamento do solo em bairros como os Flexais e a Rua Marques de Abrantes, locais ainda fora do plano de realocação e indenização da empresa. A atuação dos defensores garantiu visibilidade a essa parte da população, que busca reparação por danos materiais e morais.
A decisão de afastar os integrantes foi recebida com surpresa internamente, já que não houve debate prévio sobre alterações na composição do grupo. Com as mudanças, não está claro se o Núcleo continuará em funcionamento ou se as atividades terão continuidade com nova equipe.
Conhecido por sua atuação em temas como meio ambiente, saúde e habitação, o Núcleo vinha liderando iniciativas institucionais relacionadas ao desastre ambiental provocado pela Braskem, frequentemente sob pressão. Até o momento, a Defensoria Pública de Alagoas não esclareceu os motivos para a reestruturação.