“É um absurdo”, diz irmã de brasileira morta na Indonésia sobre autópsia

28 de junho de 2025 às 10:49
Mundo

Foto: Reprodução

CNN Brasil

Após a divulgação do resultado da autópsia da brasileira Juliana Marins — que faleceu na Indonésia — primeiro para a imprensa, a irmã da jovem, Mariana Marins, se pronunciou nas redes sociais para expressar sua indignação: “Mais um descaso da Indonésia para a lista”, escreveu.

Em vídeo publicado nas redes sociais, Mariana conta que sua família foi chamada para receber o laudo, entretanto, antes que chegassem, o médico legista realizou uma coletiva de imprensa. “É absurdo atrás de absurdo, atrás de absurdo e não acaba mais”, comentou a irmã.

Ainda em sua publicação, a jovem contou que encontrou com o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, um dia antes. “Niterói está fazendo uma questão muito grande da Juliana”, disse Mariana enquanto agradecia a prefeitura.

A cidade natal de Juliana, assumiu o compromisso de arcar com a logística e custos do processo. Em nota, a Prefeitura de Niterói disse que o acordo inclui também os procedimentos para o sepultamento da publicitária, que será velada e enterrada na cidade da região metropolitana do Rio.

https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/sudeste/rj/brasileira-morta-em-vulcao-prefeitura-de-niteroi-assume-traslado-de-corpo/

Resultado da autópsia

Os exames revelaram múltiplas fraturas e lesões disseminadas por quase todo o corpo, incluindo órgãos internos no tórax e no abdome. A área mais gravemente afetada foi a região do dorso/coluna, que sofreu lesões que comprometeram os órgãos internos relacionados à respiração. Embora houvesse ferimentos na cabeça, os mais críticos, que somaram o efeito das demais lesões, foram os da parte posterior do tronco.

A possibilidade de hipotermia como causa da morte foi descartada devido à natureza das lesões e à grande quantidade de sangramento encontrada.

Embora a autópsia seja considerada provisória até a conclusão dos exames toxicológicos – um procedimento padrão que leva cerca de duas semanas e não indica suspeita de substâncias envolvidas – a causa principal já está estabelecida.

O tempo estimado da morte, com base em sinais como livores e rigidez cadavérica, foi entre 12 e 24 horas antes do exame, mas manipulações prévias, como a conservação em freezer, podem influenciar essa estimativa.

Relembre o caso

Na manhã de terça-feira (24), Juliana Marins foi encontrada morta na Ilha de Lombok, na Indonésia, após quatro dias de diligências que contaram com a mobilização de familiares, amigos e milhares de brasileiros nas redes sociais.

O acidente de Juliana Marins ocorreu na última sexta-feira (20), quando ela tropeçou, escorregou e caiu a cerca de 300 metros da trilha no vulcão Rinjani. Após a queda, ela conseguia mover apenas os braços e olhar para cima. Um grupo de turistas avistou-a cerca de três horas depois do acidente e alertou a família pelas redes sociais, enviando a localização exata, fotos e vídeos, incluindo imagens de drone.

As operações de resgate enfrentaram desafios severos. A região do vulcão Rinjani é de difícil acesso, com terreno íngreme, muita neblina que reduzia drasticamente a visibilidade, e pedras escorregadias devido ao sereno. As buscas foram interrompidas diversas vezes por condições climáticas adversas.

Após quatro dias de buscas intensas e dificultadas, a família e o Itamaraty confirmaram que Juliana Marins foi encontrada morta nesta terça-feira (24). O corpo de Juliana foi içado na manhã de quarta-feira (25), horário local da Indonésia, e transportado ao Posto Sembalun para então ser levado ao Hospital Bayangkara.

vulcão Rinjani possui um histórico preocupante: desde 2020, foram registradas 8 mortes e cerca de 180 acidentes no local. Turistas e especialistas criticaram a precariedade da infraestrutura de segurança e a falta de planejamento e equipamentos adequados no parque, apontando ausência de sinalização e socorro lento.

*Sob supervisão de Pedro Osorio