Conheça o alimento que não deve ser consumido no café da manhã devido ao seu efeito inflamatório
O Globo
A inflamação é um processo natural do corpo que atua como defesa contra infecções, lesões ou agressões externas. No entanto, quando persiste ao longo do tempo, pode se tornar um fator de risco significativo à saúde. A chamada inflamação crônica de baixo grau está associada a diversas doenças crônicas não transmissíveis, incluindo diabetes tipo 2, certos tipos de câncer, doenças cardiovasculares, distúrbios neurodegenerativos e condições autoimunes.
Frank Hu enfatiza que a dieta desempenha um papel central na modulação desse tipo de inflamação. Alguns alimentos podem promover esse estado inflamatório, enquanto outros ajudam a mitigá-lo.
Por que o pão branco é um alimento a ser evitado
O pão branco, amplamente consumido no café da manhã e no almoço, é feito com farinha refinada, o que significa que o farelo e o gérmen do grão são removidos durante o processamento, restando principalmente o amido. Esse alto teor de carboidratos simples causa um rápido aumento nos níveis de glicose no sangue após o consumo.
Segundo Hu, esses picos glicêmicos geram uma resposta inflamatória no corpo, ativando vias metabólicas, o estresse oxidativo e a produção de citocinas pró-inflamatórias. Além disso, o baixo teor de fibras do pão branco contribui para uma menor saciedade e pode alterar negativamente a microbiota intestinal, outro fator ligado ao controle da inflamação.
Além de evitar certos alimentos, o Professor Hu enfatiza a importância de adotar uma dieta saudável e equilibrada. Nesse sentido, a dieta mediterrânea demonstrou benefícios em inúmeros estudos devido ao seu efeito anti-inflamatório e proteção contra doenças crônicas. Essa dieta prioriza o consumo de:
- Frutas e vegetais frescos, ricos em antioxidantes e fitoquímicos.
- Nozes e sementes, fonte de ácidos graxos saudáveis.
- Grãos integrais, que fornecem fibras e nutrientes essenciais.
- Peixes e frutos do mar, ricos em ácidos graxos ômega-3.
- Azeite de oliva extra virgem, com propriedades anti-inflamatórias.
- Consumo moderado de laticínios e vinho tinto.
Ao mesmo tempo, reduz a ingestão de alimentos ultraprocessados, açúcares adicionados, carne vermelha e bebidas açucaradas, que, segundo evidências científicas, estão associados ao aumento de marcadores inflamatórios no sangue.
A dieta é apenas um dos fatores que influenciam a inflamação crônica. Frank Hu enfatiza que outros fatores relacionados ao estilo de vida são igualmente importantes:
- Atividade física regular: o exercício ajuda a regular o metabolismo e a reduzir os níveis de inflamação.
- Sono reparador: descansar adequadamente é essencial para manter o equilíbrio hormonal e imunológico.
- Gerenciamento do estresse: o estresse crônico promove a liberação de cortisol, hormônio que pode aumentar a inflamação se permanecer elevado ao longo do tempo.
- Peso corporal saudável: o excesso de tecido adiposo, especialmente visceral, está intimamente ligado à produção de substâncias inflamatórias.
Segundo Hu, o combate à inflamação crônica requer uma estratégia de prevenção abrangente e sustentada. Adotar hábitos saudáveis desde cedo pode reduzir significativamente o risco de desenvolver doenças graves na idade adulta e melhorar a qualidade de vida a longo prazo.
Especialistas concordam que não se trata de proibir estritamente certos alimentos, mas sim de manter um equilíbrio nutricional inteligente, baseado em evidências científicas atuais. Essa abordagem permite que você desfrute de uma dieta variada, nutritiva e prazerosa, ao mesmo tempo em que protege seu corpo dos riscos associados à inflamação crônica.