Musk diz que Trump está em arquivos de Epstein e sugere ocultação

iG

O empresário Elon Musk afirmou nesta quinta-feira (5) que Donald Trump está presente nos chamados “arquivos de Epstein”, sugerindo que esse seria o motivo pelo qual os documentos não foram totalmente divulgados pelas autoridades.

A declaração foi feita em sua plataforma X, antigo Twitter, em meio ao agravamento de um embate público entre os dois, que já foram aliados.

A publicação de Musk traz a seguinte mensagem: “Hora de soltar a bomba de verdade: Donald Trump está nos arquivos de Epstein. Esse é o verdadeiro motivo pelo qual eles não foram tornados públicos. Tenha um bom dia, DJT!”. Em seguida, ele completou: “Marque este post para o futuro. A verdade virá à tona.”

Os “arquivos de Epstein” reúnem documentos relacionados às investigações contra Jeffrey Epstein, que foi condenado por crimes sexuais e morreu por suicídio em 2019, enquanto aguardava julgamento por tráfico sexual de menores.

Esses documentos incluem registros judiciais, listas de contatos, logs de voos do jato particular de Epstein, conhecido como “Lolita Express”, além de materiais coletados pelo FBI.

Em fevereiro, a procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, anunciou a liberação da “primeira fase” de documentos desclassificados.

Os materiais, no entanto, não trouxeram revelações inéditas e incluíam registros já conhecidos, como os logs de voo.

Entre as informações, consta que Donald Trump viajou no jato de Epstein sete vezes na década de 1990. Não há evidências nos arquivos divulgados de que ele tenha se envolvido em atividades criminosas.

Outros nomes citados incluem Bill Clinton, Prince Andrew, Kevin Spacey, Naomi Campbell, Leslie Wexner, Leon Black, Bill Gates e Reid Hoffman. Nenhuma dessas menções foi acompanhada de acusações formais de crime.

Também não há nos documentos a existência de uma “lista de clientes”, apesar das especulações sobre esse possível conteúdo.

A relação entre Trump e Epstein é documentada desde as décadas de 1980 e 1990. Há registros fotográficos de ambos em eventos sociais, incluindo uma festa em Mar-a-Lago, em 1997.

Em entrevista à revista New York em 2002, Trump afirmou que Epstein era um “cara fantástico”, mas declarou posteriormente que rompeu com ele após uma disputa por um imóvel.

Nos registros judiciais do processo movido por Virginia Giuffre contra Ghislaine Maxwell, associada de Epstein, Trump é mencionado, mas não foi alvo de acusações.

Ele nega ter participado das atividades ilegais ligadas a Epstein e afirma nunca ter visitado a ilha privada de Epstein, chamada Little Saint James.

A acusação feita por Musk ocorre em meio a uma série de atritos com Trump. O empresário criticou publicamente o projeto de lei “One Big Beautiful Bill”, promovido por Trump, e o classificou como mal estruturado e aprovado às pressas.

Em resposta, Trump alegou que Musk estaria “desgastado” e disse que o demitiu do cargo de co-chefe do Departamento de Eficiência Governamental durante seu mandato.

Ele também ameaçou cortar contratos e subsídios governamentais direcionados às empresas de Musk, como Tesla e SpaceX.

Musk rebateu afirmando que Trump não teria vencido as eleições presidenciais de 2024 sem sua contribuição financeira, que ultrapassou US$ 200 milhões. Ele também declarou que, sem sua atuação, os democratas teriam mantido o controle da Câmara e do Senado.

A declaração sobre os arquivos de Epstein foi publicada após esse conjunto de trocas públicas de acusações.