Governador de SP diz que não há direita sem Bolsonaro
Por redação com O Antagonista
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que “não existe” direita sem Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi feita na segunda-feira, 12, durante conversa com jornalistas em Nova York, onde ele participou de um evento do grupo Esfera Brasil.
Cotado para disputar a Presidência em 2026, Tarcísio disse que ainda é cedo para discutir o tema e destacou a importância de Bolsonaro nas decisões da direita.
“Está muito cedo, falta um ano e pouco para a eleição. Tenho que pensar agora em entregar resultado”, afirmou.
Questionado se ainda existiria direita no Brasil sem Bolsonaro, ele respondeu que “não, não existe”.
Aliados de Bolsonaro reagem a Temer
As falas de Tarcísio foram feitas em meio ao desconforto de aliados de Bolsonaro com declarações do ex-presidente Michel Temer (MDB), que sugeriu a união de governadores de centro-direita em torno de uma candidatura única para 2026.
Em entrevista ao programa Canal Livre, da Band, Temer disse:
“Eu vejo que, nas conversas que eu tive com alguns governadores, eles estão muito dispostos a uma coisa dessa natureza. Se saírem cinco candidatos deste lado e um único candidato do outro lado, é claro que o candidato do outro lado vai ter uma vantagem extraordinária.”
Temer citou conversas com os governadores Eduardo Leite (PSDB), Ratinho Júnior (PSD), Romeu Zema (Novo), Ronaldo Caiado (União Brasil) e Tarcísio de Freitas. Não mencionou Bolsonaro nem a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
A omissão provocou reações entre bolsonaristas. O pastor Silas Malafaia escreveu em seu perfil no X:
“Se existe uma articulação para um candidato da direita, caso o vergonhoso impedimento de Bolsonaro persista, o senhor esqueceu do nome mais bem avaliado nas pesquisas: Michelle. Ela reúne os votos dos bolsonaristas, direita, mulheres e evangélicos.”
2026
Tarcísio tem dito, sempre que questionado, que não pretende concorrer ao Palácio do Planalto, e se engajou nos esforços pelo PL da Anistia, que pretende anistiar os condenados pelos ato de 8 de janeiro de 2023 — e também Bolsonaro, que está inelegível até 2030.
Gilberto Kassab, que saiu da eleição municipal de 2024 como o grande articulador político do país, vinha defendendo a tentativa de reeleição do governador como o movimento óbvio a se fazer, mas mudou o tom em março, ao se apresentar como opção para disputar o Palácio dos Bandeirantes.