Alagoas é o estado mais perigoso para negros viverem
Redação
O novo Atlas da Violência 2025, publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), traz dados que escancaram a persistência da violência letal contra a população negra em Alagoas. Mesmo com uma queda expressiva de homicídios nos últimos anos, o recorte racial mostra que as pessoas negras continuam sendo as principais vítimas.
Segundo o levantamento, Alagoas registrou em 2023 um total de 1.161 homicídios de pessoas negras (pretas e pardas). Embora esse número represente uma queda de 40,8% em relação a 2013, quando foram contabilizadas 1.962 mortes, os dados mais recentes apontam um aumento de 5,4% em comparação com 2022, interrompendo a tendência de queda observada em anos anteriores.
Nesta análise, o estado de Alagoas se destaca pela desigualdade nos registros de homicídios de negros e não negros. Alagoas registrou o maior risco relativo de vitimização letal de uma pessoa negra no país, com 47,8. Há muitas edições do Atlas da Violência o estado vem ocupando este lugar.
Essa discrepância racial é ainda mais visível no risco relativo de homicídio: em 2023, uma pessoa negra no Brasil tinha 2,7 vezes mais chances de ser assassinada do que uma pessoa não negra – um aumento de 15,6% em relação a 2013. O Atlas revela que essa desigualdade não apenas persiste, como se intensifica, mesmo diante de avanços institucionais e normativos em favor da igualdade racial na última década.