Meta é acusada de favorecer China em IA, diz ex-executiva

09 de abril de 2025 às 14:51
POLÊMICA

Foto: reprodução

Por redação com O Antagonista

A ex-diretora de políticas públicas globais da Meta, Sarah Wynn-Williams, vai testemunhar nesta quarta-feira, 9, no Senado dos Estados Unidos, acusando a companhia de Mark Zuckerberg de ter favorecido os interesses do Partido Comunista Chinês no desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial.

O depoimento será prestado ao Subcomitê de Crime e Contraterrorismo do Senado.

Segundo trechos da declaração obtidos pela imprensa americana, Wynn-Williams alega que a Meta forneceu desde 2015 briefings regulares ao governo chinês sobre tecnologias emergentes, incluindo IA, supostamente com o objetivo de ajudar empresas chinesas a superarem concorrentes americanos.

Ela também afirmou que modelos de IA da empresa, como o Llama, estariam sendo utilizados por militares da China, e que dados de usuários americanos teriam sido compartilhados com Pequim. A Meta nega as acusações e afirma que são “desconectadas da realidade”.

No livro Careless People: A Cautionary Tale of Power, Greed, and Lost Idealism, ela relata que diretores da empresa chegaram a registrar, em documentos internos, os riscos de operar na China, incluindo “seremos responsáveis por tortura e morte” – frase que teria sido posteriormente suavizada para “trabalharemos com um governo que não respeita os direitos humanos internacionais”.

Os modelos Llama, desenvolvidos pela Meta e distribuídos como código aberto, vêm sendo usados por pesquisadores chineses em aplicações militares e civis.

Embora a Meta imponha restrições contratuais para usos sensíveis — como vigilância, armamentos e espionagem —, a natureza open-source dos modelos dificulta o controle efetivo de sua aplicação.

A denúncia ocorre em um momento em que os Estados Unidos e a China intensificam a disputa tecnológica pela supremacia em inteligência artificial.

A Meta anunciou um investimento de US$ 60 bilhões em 2025 para ampliar sua infraestrutura de IA, incluindo a construção de um data center de 2 gigawatts nos Estados Unidos. O objetivo é integrar IA em todos os seus produtos, desde redes sociais até dispositivos de realidade virtual.

Empresas chinesas como a DeepSeek vêm avançando rapidamente ao adotar a mesma estratégia de código aberto.

Modelos como o DeepSeek R1 já rivalizam com os mais potentes sistemas desenvolvidos por empresas americanas. O governo dos EUA impôs sanções e restrições de exportação de chips e tecnologias para conter o avanço chinês, mas a estratégia de Pequim de utilizar ferramentas de código aberto dribla parte dessas barreiras.

O caso também levanta preocupações de segurança nacional entre parlamentares dos EUA. Uma investigação foi aberta no Congresso para apurar se a Meta mentiu ao omitir ou minimizar essas relações com entidades ligadas ao regime chinês.

A empresa, que recentemente lançou o modelo Llama 4, garante que os dados utilizados para o treinamento respeitam as leis de copyright e que monitora o uso de suas ferramentas por terceiros.

Ainda assim, o próprio formato de distribuição aberta dificulta a rastreabilidade, e especialistas apontam que o modelo pode ser facilmente adaptado por atores estatais ou militares.

A audiência com a ex-executiva acontece em meio a um ambiente legislativo nos EUA cada vez mais hostil às big techs. Além da Meta, outras empresas de tecnologia enfrentam pressões regulatórias e críticas quanto à segurança, privacidade e integridade de seus sistemas de IA.

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