Partido no poder na Hungria apresenta projeto que proíbe Parada LGBTQ+

17 de março de 2025 às 08:43
Mundo

Foto: Reprodução

CNN Brasil

O partido governista da Hungria apresentou um projeto de lei ao parlamento nesta segunda-feira (17) que proíbe a Parada do Orgulho LGBTQ+ por comunidades LGBTQ+ e impõe multas aos organizadores e pessoas que comparecessem ao evento que Budapeste realiza há três décadas.

O primeiro-ministro Viktor Orban criticou pessoas LGBTQ+ e prometeu reprimir o financiamento estrangeiro de mídia independente, políticos da oposição e ONGs na Hungria nas últimas semanas, intensificando sua campanha antes das eleições previstas para o início do próximo ano.

Orban, um nacionalista que enfrenta um desafio sem precedentes de um novo partido de oposição em ascensão, intensificou seus ataques à mídia e às minorias desde a posse do presidente aliado dos Estados Unidos, Donald Trump.

A proposta submetida por seu partido Fidesz proibiria a marcha sob a alegação de que ela poderia ser considerada prejudicial às crianças.

“O projeto de lei proposto altera a lei que rege o direito de reunião estipulando que é proibido realizar um encontro que viole a proibição estabelecida na lei sobre a proteção das crianças”, afirma a legislação.

Ele também pontua que a polícia pode usar câmeras de reconhecimento facial para identificar pessoas que comparecem ao evento em que os participantes marcham pela Avenida Andrassy, ​​uma rua larga no centro da cidade de Budapeste, capital do país.

Orban declarou que a Parada nem deveria se preocupar em organizar o evento este ano.

Os organizadores do festival, que dizem que ele não representa nenhuma ameaça às crianças, responderam expressando que a liberdade de reunião era um direito constitucional.

Os promotores da marcha não estavam imediatamente disponíveis para comentar o assunto nesta segunda-feira (17).

Orban, no poder desde 2010, promove uma agenda cristã-conservadora e em 2021 proibiu o que chama de “promoção da homossexualidade” entre menores de 18 anos, apesar das fortes críticas de grupos de direitos humanos e da União Europeia.

O governo de Orban afirma que suas políticas — que atraem a base de eleitores do Fidesz, principalmente no campo — visam proteger as crianças.