Agentes sul-coreanos tentam prender presidente afastado

03 de janeiro de 2025 às 06:32
Mundo

Foto: Reprodução

UOL

Policiais e agentes anticorrupção da Coreia do Sul tentam cumprir nesta sexta-feira (3, data local) um mandado de prisão contra o presidente afastado Yoon Suk Yeol, no âmbito da investigação pela declaração de uma lei marcial, mas, segundo a agência Yonhap, foram confrontados por membros do "serviço de segurança" em sua residência após um impasse anterior com uma unidade militar.

O dirigente conservador, que mergulhou o país em uma grave crise ao declarar, pela primeira vez durante a democracia no país, uma lei marcial em 3 de dezembro, pode se tornar o primeiro presidente sul-coreano a ser preso ainda no cargo.

Afastado de suas funções pela Assembleia Nacional e com seu impeachment nas mãos do Tribunal Constitucional, Yoon também pode ser acusado de "insurreição", um crime punível com prisão perpétua ou pena de morte.

Investigadores do Escritório de Combate à Corrupção, responsável pelo caso, compareceram nesta sexta à residência de Yoon em Seul, onde ele está recluso desde que a Justiça emitiu esta semana um mandado de prisão contra ele.

"Começou a execução da ordem de prisão contra o presidente Yoon Suk Yeol", afirmou o escritório.

Mas, pouco depois, a agência de notícias sul-coreana Yonhap assinalou que a comitiva foi, primeiro, bloqueada dentro da residência "por uma unidade militar" e, posteriormente, confrontada pelo serviço de segurança do presidente.

A colaboração dos serviços de segurança do Yoon na investigação era incerta desde o começo. Nas últimas semanas, seus membros haviam bloqueado várias vezes as ordens de busca nas dependências presidenciais.

Desde que se fechou na residência, Yoon prometeu enfrentar as autoridades que querem prendê-lo e interrogá-lo por ter declarado a lei marcial e enviado o Exército à Assembleia Nacional.

Um de seus advogados, Yoon Kap-keun, insistiu nesta sexta em que o mandado de prisão é "ilegal e inválido" e que, portanto, sua execução "é ilegítima". "Foram tomadas ações legais a respeito da execução ilegal do mandado", afirmou.

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- Forte dispositivo policial -

A área está isolada por um importante dispositivo policial. Nos arredores da residência estão concentrados centenas de partidários de Yoon, alguns dos quais passaram toda a noite ali.

Diante de uma forte presença judicial e midiática, os partidários do presidente gritavam seu nome e entoavam cânticos como "O mandado de prisão ilegal não é válido".

A agência de notícias local Yonhap assegura que 2.700 agentes e 135 veículos policiais foram mobilizados para evitar enfrentamentos entre os seguidores do presidente e manifestantes ligados à oposição também presentes no local.

A crise política começou na noite de 3 de dezembro, quando Yoon declarou de surpresa a lei marcial pela primeira vez na história democrática da Coreia do Sul.

Horas mais tarde, ele viu-se obrigado a voltar atrás, pressionado pelos deputados opositores que são maioria na Assembleia Nacional e por milhares de manifestantes que foram às ruas.