Menino de 9 anos está entre as vítimas de ataque a mercado da Alemanha
UOL
O ataque a um mercado de Natal na última sexta-feira (20) em Magdeburgo, na Alemanha, deixou cinco mortos, incluindo um menino de 9 anos, e mais de 200 feridos. O suspeito de avançar com um carro contra uma multidão foi preso logo após o crime.
O que aconteceu
Além do menino, as outras quatro vítimas são mulheres. Apenas a idade delas foi divulgada, sendo: 52, 45, 75 e 67 anos, informou o The Guardian.
A mãe do garoto o identificou no domingo (22) como André Gleißner. "Deixe meu ursinho de pelúcia voar pelo mundo novamente", disse Désirée. "André não fez nada a ninguém. Ele só ficou conosco na Terra por nove anos. Por que você? Só por quê? Você sempre viverá em nossos corações? Eu prometo a você."
Mãe também agradeceu as palavras de apoio e condolências que vêm recebendo após o crime. "Estamos sem palavras", escreveu em uma rede social no domingo (22).
O suspeito enfrenta acusações de assassinato e tentativa de assassinato. Segundo o jornal alemão Bild, o veículo usado foi uma BMW preta e o carro avançou por 400 metros durante o ataque.
Investigação
A ministra do Interior da Alemanha, prometeu no domingo (22) que o país fará uma rápida investigação sobre o ataque. Nancy Faeser, afirmou, em comunicado, que a apuração vai avaliar a atuação das autoridades alemãs, que descartaram alertas emitidos sobre o suspeito antes do atentado. A ministra reconheceu que o homem já havia chamado a atenção da polícia e de órgãos governamentais no passado.
Agora, a pasta de Faeser sofre pressão para indicar se o atentado em Magdeburg poderia ter sido evitado caso os alertas tivessem sido tratados de forma diferente. "A Polícia Criminal Federal da Alemanha está apoiando as investigações das autoridades da Saxônia-Anhalt", disse Faeser ao periódico Bild am Sonntag.
Avisos de ameaça em potencial
No sábado, o Departamento de Migração e Refugiados da Alemanha reconheceu que recebeu uma denúncia no ano passado sobre o suspeito. O preso foi um médico saudita de 50 anos que obteve status de refugiado na Alemanha em 2016.
O alerta foi identificado por meio de redes sociais, em 2023, e transmitido às autoridades na época. "Isso, assim como qualquer uma das muitas outras denúncias, foi levado a sério", disse o escritório de migração. De acordo com a revista alemã Der Spiegel, o serviço secreto saudita também havia alertado seus colegas alemães sobre o suposto agressor em várias ocasiões.
Uma avaliação de risco feita pela polícia estadual e federal alemã no ano passado concluiu que o suspeito não representava "nenhum perigo específico". A informação foi apurada pelo jornal Die Welt.
Conflito com as autoridades
O suspeito, usuário assíduo da plataforma X, se descreve como um "ex-muçulmano e dissidente saudita". Na rede social, ele publicou opiniões anti-islâmicas, criticou as autoridades alemãs e expressou apoio ao partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD). Em uma ocasião, ele questionou se existiria um caminho para alcançar a justiça na Alemanha sem "explodir uma embaixada alemã ou massacrar aleatoriamente alemães".
O médico saudita também teve problemas legais no passado. Em 2013, um tribunal do norte da Alemanha o multou por "perturbar a paz pública ao ameaçar cometer crimes", de acordo com o Der Spiegel.
Este ano, ele foi investigado em Berlim por "uso indevido de chamadas de emergência" depois de discutir com a polícia em uma estação de trem.