Uso de celulares em sala de aula divide opiniões em Maceió
Redação
O uso de celulares em sala de aula tem sido um tema de debate em diversas escolas do país. Professores, alunos e pais discutem os benefícios e os desafios que a tecnologia traz ao ambiente escolar. Enquanto alguns defendem que o aparelho pode ser uma ferramenta pedagógica, outros veem o celular como um obstáculo à concentração e à disciplina.
Em uma escola particular, na parte alta da capital, a discussão ganhou força após uma série de incidentes envolvendo o uso inadequado dos celulares. A professora de história, Renata Campos, compartilhou sua frustração:
"Já perdi a conta de quantas vezes precisei interromper a aula porque algum aluno estava mexendo no celular. Acredito que a tecnologia pode ser útil, mas dentro de um contexto controlado. Quando cada um está no seu aparelho, a atenção se dispersa. Estamos aqui para promover o aprendizado, e o celular, muitas vezes, faz o contrário", desabafou a professora.
Por outro lado, muitos alunos defendem o uso dos dispositivos como parte de sua rotina escolar. Maria Eduarda, aluna do 3º ano do ensino médio, argumenta que o celular é uma ferramenta importante para pesquisas rápidas durante a aula.
"Eu entendo que tem gente que usa para outras coisas, mas eu uso meu celular para procurar informações que complementam o que está sendo dito. Às vezes, a professora fala sobre algo e eu quero saber mais na hora. Acho que é só uma questão de equilíbrio", explicou Maria Eduarda.
Entretanto, nem todos os alunos concordam com o uso livre de celulares. Pedro Henrique, colega de Maria Eduarda, acha que o aparelho pode ser uma distração.
"Vejo muita gente mais preocupada com o que está acontecendo nas redes sociais do que com a matéria. Eu mesmo já me distraí várias vezes com notificações e acabei perdendo partes importantes da explicação", admitiu Pedro.
Diante da situação, a direção da escola tem adotado uma postura intermediária. O diretor da escola, Marcos Silva, afirmou que a política de uso de celulares está em constante revisão.
"Entendemos que o celular pode ter um papel pedagógico, mas é preciso um controle. Nossa proposta é definir momentos específicos para o uso dos aparelhos, de forma que os alunos possam aprender a utilizar a tecnologia de maneira responsável, sem prejudicar o andamento da aula", explicou o diretor.
Para alguns pais, a discussão vai além da sala de aula. Patrícia Almeida, mãe de um dos alunos, acredita que o uso de celulares na escola reflete um problema maior.
"Os jovens estão cada vez mais conectados, mas muitas vezes não sabem como usar a tecnologia de forma saudável. O que vemos na escola é um reflexo do que acontece em casa e na sociedade. Acho importante que as escolas ensinem os alunos a equilibrar o uso da tecnologia com outras atividades", disse Patrícia.