Estudo da UFAL aponta que grandes rios no país estão secando
Redação com O Globo
Um levantamento realizado pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) aponta uma grave situação de seca em pelo menos doze grandes rios no Brasil, incluindo o emblemático Rio São Francisco, conhecido como Velho Chico. A pesquisa revela que a vazão desses rios está diminuindo drasticamente, o que pode trazer consequências severas para o abastecimento de água e a geração de energia no país.
Entre os rios que mais sofreram redução no volume de água estão o Manso, Paranaíba e Jequitinhonha, localizados em Minas Gerais; o Rio Tocantins, que corta os estados de Tocantins e Maranhão; e o Rio Paraná, na divisa entre São Paulo e Mato Grosso do Sul. Esses corpos d'água desempenham um papel crucial tanto para o abastecimento humano quanto para a produção de energia hidrelétrica.
O Rio São Francisco, que forma o centro da terceira maior bacia hidrográfica do Brasil, teve uma redução impressionante de 60% em sua vazão nos últimos 30 anos. Nascido em Minas Gerais e desaguando no Oceano Atlântico, em Sergipe, o Velho Chico abastece centenas de municípios ao longo de sua extensão. Além disso, é fonte de geração de energia para cinco usinas hidrelétricas, incluindo Sobradinho e Paulo Afonso. O estudo alerta para o impacto dessa diminuição de volume em pelo menos nove hidrelétricas no Brasil, comprometendo o fornecimento de eletricidade em diversas regiões.
Outros rios também estão em situação crítica. O Rio Jequitinhonha, por exemplo, abriga a segunda maior barragem do país, a Usina Hidrelétrica (UHE) Irapé, enquanto o Rio Paranaíba é o lar da UHE São Simão, e o Rio Paraná abriga a UHE Porto Primavera. A seca nesses rios coloca em risco não apenas a geração de energia, mas também a segurança hídrica de milhões de brasileiros.
A situação é preocupante e exige ações emergenciais para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e da escassez hídrica, que afetam diretamente tanto o meio ambiente quanto o setor energético do Brasil.