Autoridade da igreja Católica da Venezuela critica Natal antecipado de Maduro: 'feriado não deve ser usado para propaganda política'
O Globo
"Para nos prepararmos para o Natal, a liturgia oferece-nos o tempo do Advento, que este ano começa no dia 1º de dezembro. Estas celebrações são acompanhadas pelas tradicionais festas de Natal e missas de bónus de Natal. O Natal é uma celebração universal. A forma e o momento da sua celebração são da responsabilidade da autoridade eclesiástica. Este feriado não deve ser usado para propaganda ou fins políticos específicos", disse a Conferência episcopal da Venezuela em publicação nas redes.
O anúncio também aconteceu horas depois de a Justiça acatar um pedido do Ministério Público e expedir uma ordem de prisão contra o candidato opositor Edmundo González Urrutia, depois de ele ignorar três intimações para depor.
Por que Nicolás Maduro decidiu antecipar o Natal na Venezuela?
"É setembro e já cheira a Natal, e por isso este ano, em homenagem ao povo combativo, em agradecimento a vocês, vou decretar o Natal para o dia 1º de outubro; chegou o Natal com paz, felicidade e segurança", disse o mandatário diante dos espectadores que o aplaudiam. "O Natal começa em 1º de outubro."
Esta não é a primeira vez que Maduro decreta a antecipação do Natal na Venezuela. Em 2020, ele anunciou o início da festa em 15 de outubro como uma manobra para desviar a atenção pública dos graves problemas que o país enfrentava durante a pandemia. No ano seguinte, nas redes sociais, comunicou a chegada antecipada do Natal ao Palácio de Miraflores no dia 4 de outubro. Maduro mostrou em um vídeo no X a decoração de luzes, árvores e enfeites de Natal no Palácio de Miraflores.
"Chegou o Natal começando em outubro", disse o ditador acompanhado de sua esposa, Cilia Flores. "Na Venezuela, vamos ter um Natal feliz, brilhante, cheio de luzes e cores", concluiu Maduro ao finalizar o vídeo postado nas redes sociais.