The Weeknd traz Anitta e Playboi Carti em show apoteótico em SP, com músicas inéditas
g1
Quando The Weeknd, um dos maiores popstars dos dias atuais, anunciou um show em São Paulo para o dia 7 de setembro, ninguém sabia o que esperar. O músico não se apresentava desde 2023 e prometeu uma apresentação "única no mundo", fora da turnê que o trouxe ao Brasil no ano passado.
Mas quem chegou neste sábado (7) no Morumbis estava pronto para tudo. Fãs de diferentes idades, vestidos a caráter com roupas temáticas e camisetas do cantor, estavam empolgados com a ideia do ineditismo. Afinal, foram os primeiros a ouvir músicas do "Hurry Up Tomorrow", novo álbum do canadense. Viram Anitta, Playboy Carti, e um show inédito, com ares de ritual.
A apresentação deu mais uma chancela ao Brasil, que voltou a ser palco de momentos pop importantes. Em um ano, o país recebeu uma visita especial de Beyoncé, um show histórico de Madonna e neste sábado, testemunhou músicas inéditas de The Weeknd.
Cantor ministrou ‘missa’ dançante
Recebido com gritos extasiados, The Weeknd surgiu em uma estrutura em formato de templo. Ele vestia um manto preto bordado, algo entre maçom estiloso e pastor dark, prestes a ministrar um culto.
“São Paulo, bem vindos à minha ópera”, disse.
Não ficou claro se aquela era uma celebração do fim do mundo ou a gênese de outro. De toda forma, o músico transformou o momento em um espetáculo, trazendo de volta as dançarinas em manto vermelho da última turnê.
The Weeknd em show em São Paulo, em 7 de setembro de 2024 — Foto: Reprodução/YouTube
Na setlist, entraram faixas inéditas e hits dos últimos álbuns, sem sucessos antigos como “Can’t Feel My Face” ou “The Hills”. Sem banda no palco, ele entoou — sempre afinado — hits mais recentes como “Take My Breath” e “Save Your Tears”. E preferiu focar nas faixas novas com um ocasional “São Paulo, amo vocês” para manter os gritos do público.
A plateia não sabia algumas letras, mas tudo bem: boa parte se contentou em gritar “caralho” e “ai, meu Deus!” para cada novo momento no palco.
Anitta em show do The Weeknd em São Paulo, em 7 de setembro de 2024 — Foto: Reprodução/YouTube
Convidados especiais
Além das músicas inéditas, The Weeknd trouxe convidados. O trapper Playboi Carti surgiu na metade do show, sem anúncio prévio, para duas músicas. Mas o estádio foi abaixo mesmo com Anitta, participação já especulada, mas não menos ovacionada.
No topo do templo de The Weeknd, a carioca surgiu como de costume: sob uma batida de funk, entoando versos explícitos. “O novinho me olhou e quis comer minha pepequinha”, cantou Anitta, enquanto The Weeknd dançava (seria ele o novinho?).
O momento coroa a fase da brasileira que, de tanto prometer, acabou de fato se consolidando embaixadora internacional do funk. No Morumbis, ela foi tão estrela pop quanto o dono do show.
Álbum encerra trilogia
A julgar pelo que The Weeknd apresentou, “Hurry Up Tomorrow” tem tom de encerramento. Depois de “After Hours”, um álbum sobre decadência, e “Dawn FM”, que visitou o purgatório, “Hurry Up Tomorrow” é uma espécie de fim conceitual da trilogia. Esteticamente, o álbum — e o show — apresentam a ideia de ascender, se superar, andar rumo à luz no fim do túnel.
As músicas novas seguem a toada dos álbuns anteriores, com desabafos sobre solidão, synths potentes e produção oitentona. Ele mescla pop, trap, R&B e disco, com faixas mais atmosféricas e grandiosas. Há uma música no estilo jersey club que ele descreve como sua faixa preferida, além do funk com Anitta.
Dedicado ao conceito do disco, The Weeknd encerrou o show ao desaparecer na fumaça, atravessando o “portão” do telão. “Se apresse ao amanhã. No céu, tudo fica bem”, disse. Depois, drones formaram o nome do álbum no céu.
A saída ficou um pouco anticlimática para os fãs. “Eu não vou embora”, reclamou o pessoal. Mas os fiéis de The Weeknd acabaram tendo que aceitar o fim da missa.