The Weeknd traz Anitta e Playboi Carti em show apoteótico em SP, com músicas inéditas

08 de setembro de 2024 às 08:03
Brasil

Foto: Reprodução

g1

Quando The Weeknd, um dos maiores popstars dos dias atuais, anunciou um show em São Paulo para o dia 7 de setembro, ninguém sabia o que esperar. O músico não se apresentava desde 2023 e prometeu uma apresentação "única no mundo", fora da turnê que o trouxe ao Brasil no ano passado.

Mas quem chegou neste sábado (7) no Morumbis estava pronto para tudo. Fãs de diferentes idades, vestidos a caráter com roupas temáticas e camisetas do cantor, estavam empolgados com a ideia do ineditismo. Afinal, foram os primeiros a ouvir músicas do "Hurry Up Tomorrow", novo álbum do canadense. Viram Anitta, Playboy Carti, e um show inédito, com ares de ritual.

A apresentação deu mais uma chancela ao Brasil, que voltou a ser palco de momentos pop importantes. Em um ano, o país recebeu uma visita especial de Beyoncé, um show histórico de Madonna e neste sábado, testemunhou músicas inéditas de The Weeknd.

The Weeknd em show em São Paulo, em 7 de setembro de 2024 — Foto: Reprodução/YouTube
2 de 6 The Weeknd em show em São Paulo, em 7 de setembro de 2024 — Foto: Reprodução/YouTube

Cantor ministrou ‘missa’ dançante

Recebido com gritos extasiados, The Weeknd surgiu em uma estrutura em formato de templo. Ele vestia um manto preto bordado, algo entre maçom estiloso e pastor dark, prestes a ministrar um culto.

“São Paulo, bem vindos à minha ópera”, disse.

Não ficou claro se aquela era uma celebração do fim do mundo ou a gênese de outro. De toda forma, o músico transformou o momento em um espetáculo, trazendo de volta as dançarinas em manto vermelho da última turnê.

The Weeknd em show em São Paulo, em 7 de setembro de 2024 — Foto: Reprodução/YouTube
3 de 6 The Weeknd em show em São Paulo, em 7 de setembro de 2024 — Foto: Reprodução/YouTube

The Weeknd em show em São Paulo, em 7 de setembro de 2024 — Foto: Reprodução/YouTube

Na setlist, entraram faixas inéditas e hits dos últimos álbuns, sem sucessos antigos como “Can’t Feel My Face” ou “The Hills”. Sem banda no palco, ele entoou — sempre afinado — hits mais recentes como “Take My Breath” e “Save Your Tears”. E preferiu focar nas faixas novas com um ocasional “São Paulo, amo vocês” para manter os gritos do público.

A plateia não sabia algumas letras, mas tudo bem: boa parte se contentou em gritar “caralho” e “ai, meu Deus!” para cada novo momento no palco.

Anitta em show do The Weeknd em São Paulo, em 7 de setembro de 2024 — Foto: Reprodução/YouTube

Convidados especiais

Além das músicas inéditas, The Weeknd trouxe convidados. O trapper Playboi Carti surgiu na metade do show, sem anúncio prévio, para duas músicas. Mas o estádio foi abaixo mesmo com Anitta, participação já especulada, mas não menos ovacionada.

No topo do templo de The Weeknd, a carioca surgiu como de costume: sob uma batida de funk, entoando versos explícitos. “O novinho me olhou e quis comer minha pepequinha”, cantou Anitta, enquanto The Weeknd dançava (seria ele o novinho?).

O momento coroa a fase da brasileira que, de tanto prometer, acabou de fato se consolidando embaixadora internacional do funk. No Morumbis, ela foi tão estrela pop quanto o dono do show.

Álbum encerra trilogia

A julgar pelo que The Weeknd apresentou, “Hurry Up Tomorrow” tem tom de encerramento. Depois de “After Hours”, um álbum sobre decadência, e “Dawn FM”, que visitou o purgatório, “Hurry Up Tomorrow” é uma espécie de fim conceitual da trilogia. Esteticamente, o álbum — e o show — apresentam a ideia de ascender, se superar, andar rumo à luz no fim do túnel.

As músicas novas seguem a toada dos álbuns anteriores, com desabafos sobre solidão, synths potentes e produção oitentona. Ele mescla pop, trap, R&B e disco, com faixas mais atmosféricas e grandiosas. Há uma música no estilo jersey club que ele descreve como sua faixa preferida, além do funk com Anitta.

Dedicado ao conceito do disco, The Weeknd encerrou o show ao desaparecer na fumaça, atravessando o “portão” do telão. “Se apresse ao amanhã. No céu, tudo fica bem”, disse. Depois, drones formaram o nome do álbum no céu.

A saída ficou um pouco anticlimática para os fãs. “Eu não vou embora”, reclamou o pessoal. Mas os fiéis de The Weeknd acabaram tendo que aceitar o fim da missa.