China declara apoio ao Irã na 'defesa de sua soberania' em meio a tensão

14 de agosto de 2024 às 09:45
Mundo

Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi Imagem: Phoonsab Thevongsa

UOL

A China declarou apoio ao Irã na "garantia de sua soberania" em meio ao aumento da tensão regional após o assassinato de um importante líder militar do Hamas em solo iraniano.

O que aconteceu

Wang Yi, chanceler da China, expressou apoio do país ao seu homólogo interino do Irã, Ali Bagheri Kani, por meio de ligação no domingo (11). Em comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores da China, Yi reiterou que Pequim condena o ataque de Israel em solo iraniano que matou o líder do Hamas Ismail Haniye, em Teerã, em 31 de julho.

No comunicado, o chanceler chinês disse ter expressado ao governo iraniano que o ataque israelense viola as relações internacionais. "A China se opõe firmemente e condena veementemente o assassinato por acreditar que viola gravemente as normas básicas que regem as relações internacionais, por atentar de forma grave contra a soberania, a segurança e a dignidade do Irã", afirma o comunicado.

China reiterou que o assassinato de Haniye impacta nas negociações de cessar-fogo em Gaza e pela paz na região. "A China apoio o Irã na defesa de sua soberania e segurança de acordo com a lei e também apoia seus esforços para salvaguardar a paz e a estabilidade regionais", diz o comunicado.

Escalada de tensão regional

Uma escalada no conflito entre Irã e Israel vem sendo acompanhada por todo o mundo nas últimas semanas. Após uma série de assassinatos de nomes importantes dos grupos extremistas Hamas e Hezbollah, Teerã ameaçou atacar o território israelense.

Morte de líderes militares do Hamas. O exército de Israel informou no início de agosto que havia matado, via ataque aéreo, o comandante militar do Hamas, Mohammed Deif, um dos mentores dos ataques de 7 de outubro de 2023 à Israel. O assassinato teria acontecido em 13 de julho em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.

Outro membro poderoso do Hamas foi assassinado em julho. Ismail Haniyeh, líder político e principal nome do Hamas, era membro do grupo desde a sua fundação, em 1987, e atuava como líder da organização nas negociações com Israel promovidas pelo Qatar. No final de julho, Haniyeh morreu em um ataque enquanto estava em Teerã, no Irã. Segundo o jornal The New York Times, uma bomba foi escondida dois meses antes na casa onde Haniyeh costumava se hospedar quando visitava a cidade. O explosivo teria sido detonado remotamente enquanto Haniyeh estava dentro do quarto.

Casa que foi alvo de ataque estava sob a proteção da Guarda Revolucionária do Irã. A Guarda é o braço mais poderoso do exército iraniano e responsável pela segurança de autoridades. No ataque, um guarda-costas de Haniyeh também morreu.