Começa julgamento de brasileiro que tentou matar Cristina Kirchner em 2022

26 de junho de 2024 às 09:26
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UOL

A Justiça argentina inicia nesta quarta-feira (26) o julgamento pela tentativa de homicídio de Cristina Kirchner em 2022, quando um brasileiro disparou o gatilho a centímetros do rosto da então vice-presidente em uma tentativa fracassada de assassinato que chocou a sociedade e rompeu um limite político.

O julgamento centra-se nos três acusados — o agressor, a sua ex-namorada e o empregador de ambos como vendedores ambulantes —, sem abordar supostos ideólogos ou possíveis apoios financeiros, pistas que a ex-presidente Kirchner pediu para serem investigadas e que fazem parte de um processo paralelo.

"O julgamento chega com uma investigação incompleta porque ainda precisamos saber muitas coisas sobre as verdadeiras motivações e se houve outras pessoas envolvidas", disse um dos advogados de Kirchner, Marcos Aldazábal.

O advogado considerou em todo o caso que será "muito importante conhecer o contexto de como as coisas aconteceram", algo que espera que venha à luz durante as audiências que ocorrerão todas as quartas-feiras em um processo que pode durar até um ano e contará com mais de 300 testemunhas, incluindo a própria Kirchner.

Os acusados

O agressor era um vendedor de doces que, na noite de 1º de setembro de 2022, atacou Kirchner em frente à sua casa em Buenos Aires, misturado entre centenas de simpatizantes que foram apoiá-la quando estava sendo julgada por suposta fraude durante sua presidência (2007-2015).

Identificado como Fernando Sabag Montiel, de 37 anos, ele puxou o gatilho duas vezes sem que as balas saíssem e foi preso no local.

Sua namorada na época, Brenda Uliarte, que o acompanhou até as proximidades do local do incidente, foi presa dias depois, assim como Nicolás Carrizo, seu empregador como vendedor de doces e identificado como possível "planejador" do ataque.

Sabag Montiel, também motorista ocasional de uma locadora de carros e portador de tatuagens com símbolos nazistas, apresentava uma personalidade "narcisista" e um discurso "extravagante" com elementos de hostilidade a Kirchner, segundo especialistas.