EUA pedem ao Conselho de Segurança da ONU que vote a favor da proposta de trégua em Gaza
O Globo
Os Estados Unidos anunciaram, nesse domingo, que pediram ao Conselho de Segurança da ONU que vote, sem especificar uma data, o seu projeto de resolução no qual pede a Israel e ao grupo islâmico Hamas que adotem "sem demora" uma proposta de trégua em Gaza, que está em discussão.
Segundo fontes diplomáticas, a votação estaria marcada para esta segunda-feira, mas não foi confirmada pela presidência sul-coreana daquele órgão das Nações Unidas.
“Os Estados Unidos pediram hoje ao Conselho de Segurança que procedesse à votação do projeto de resolução dos EUA (…), apoiando a proposta que está na mesa”, disse Nate Evans, porta-voz da missão dos EUA na ONU, num comunicado.
“Os membros do conselho não devem perder esta oportunidade e devem falar a uma só voz em apoio a este acordo”, acrescentou.
Os Estados Unidos, aliado de Israel, têm enfrentado múltiplas críticas por bloquearem vários projetos de resolução que apelam a um cessar-fogo em Gaza.
No fim de maio, o presidente dos EUA, Joe Biden, revelou o que disse ser um plano israelense para passar de uma trégua temporária para uma paz duradoura em Gaza em três fases, cada uma com a duração de cerca de quarenta dias.
Washington atribui expressamente ao Hamas a responsabilidade primária pela sua aceitação, como o projeto de resolução deixa claro.
A terceira versão do texto, distribuída nesse domingo aos Estados-membros e vista pela AFP, “acolhe favoravelmente” essa proposta. Ao contrário das versões anteriores, também afirma que o plano foi “aceito” por Israel.
O documento é explícito ao pedir ao Hamas “que também o aceite e insta ambos os lados a implementarem integralmente os seus termos, sem demora e sem condições”.
Em resposta aos pedidos feitos por vários Estados-Membros desde o início das negociações, há uma semana, o novo texto especifica o conteúdo do plano.
Afirma que se a primeira fase - cessar-fogo "imediato e completo", libertação de reféns feitos pelo Hamas e "troca" de prisioneiros palestinos, retirada do exército israelense das "áreas povoadas de Gaza" e entrada de ajuda humanitária - durar mais mais de seis semanas, a trégua permanecerá “enquanto as negociações continuarem”.
Segundo fontes diplomáticas, vários membros do conselho tinham sérias reservas sobre as duas versões anteriores do texto dos EUA, em particular a Argélia, que representa o grupo árabe, e a Rússia, que tem direito de veto.
Desde o ataque sem precedentes do Hamas a Israel, em 7 de outubro, e a retaliação israelense em Gaza, o Conselho de Segurança tem lutado para falar a uma só voz