PM é condenado a mais de 18 anos de prisão pelo assassinato de motorista no Centro de Maceió

03 de maio de 2024 às 17:49
BRIGA DE TRANSITO

Foto: reprodução

Por redação

O policial militar aposentado Gedival Souza Silva foi condenado a ficar preso por 18 anos e 9 meses em regime fechado após ser julgado no Fórum de Maceió nesta sexta-feira (03). O homem foi condenado pelo assassinato do motorista Fábio Jhonata da Silva durante uma briga de trânsito no Centro da capital alagoana, em 2021.

O PM foi acusado de homicídio duplamente qualificado pelo Ministério Público de Alagoas (MP/AL), destacando o fato que a vítima foi baleada pelas costas durante a briga.

"O MP pede a condenação do réu pelo crime de homicídio por motivo torpe e que não deu chance de defesa para a vítima. Fábio foi atingido pelas costas, impossibilitando a sua defesa", disse o promotor Napoleão.

Ao ser questionado durante o julgamento, o réu alegou ter pensado que o motorista iria pegar uma arma de fogo em seu carro após a discussão.

"Eu o vi agachado no carro, a posição era como se tivesse pegando algo com a mão direita. Eu pensei que ele ia pegar alguma arma, alguma coisa. Eu nervoso e ele também por conta das discussões, eu não sabia o que ele ia pegar. Por isso aconteceu", relatou o militar.

O promotor Napoleão Amaral questionou a tese de legítima defesa argumentando que o réu atirou nas costas da vítima.

"Ninguém em plena consciência dá dois tiros nas costas de uma pessoa se ela não tem intenção de matar. Não quer matar? Com dois tiros nas costas? Ele quer que o Conselho de Sentença acredite na tese de legítima defesa putativa? Com tiros nas costas? Ele achava que essa arma existiu. Mas ela não existiu. Não houve legítima defesa", afirmou o promotor.

Em resposta, o PM alegou que atirou para acertar nas pernas de Fábio, "para ver se ele parava" no momento em que se dirigiu para o carro.

"Como [ele] estava agachado, não pegou na parte das pernas. No momento, estava juntando pessoas, como ali é no centro da cidade. Imediatamente, com medo de represália, peguei o carro e saí. Eu acredito que corria risco de vida", disse Gedival.

Parentes de Fábio compareceram ao Fórum de Maceió para acompanhar o julgamento. Eles vestiam camisetas e levaram cartazes pedindo por justiça.

"Ele agiu de forma covarde, ele não deu defesa para o meu filho. Quero que a justiça seja feita e que ele seja condenado. Ele destruiu os sonhos do meu filho, a minha vida, a da minha família. É uma dor que parece não ter fim", disse Rosângela Joventino, mãe de Fábio.