Ex-diretor da PRF nega que usou cargo para favorecer Bolsonaro nas eleições de 2022
Por redação com o Globo
No primeiro depoimento da CPI do 8 Janeiro, Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) disse que o cargo não foi usado para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro. Vasques declarou voto em Bolsonaro na véspera do segundo turno e é suspeito de bloquear estradas para favorecer o ex-presidente.
"As fotos que eu tenho com o presidente Bolsonaro é porque ele me permitiu tirar. Utilizei da minha hora de folga, postei na minha hora de folga. O cargo nunca foi usado em benefício meu e muito menos dele (Bolsonaro). Não seria eu que mudaria o resultado da eleição", disse.
Vasques também afirmou que sua intenção ao comparecer ao colegiado é combater ao que chamou de "maior injustiça da História contra PRF". Ele é suspeito de ter determinados bloqueios em estradas visando prejudicar a locomoção de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o segundo turno da disputa presidencial.
O ex-chefe da PRF é réu na Justiça do Rio de Janeiro por ação de improbidade administrativa por suspeita de beneficiar o ex-presidente. Ele, contudo, afirmou que está se defendendo no processo.
"O procurador disse que eu usei as minhas redes sociais pessoais, que usei dentro da minha casa, no meu aparelho celular, no meu horário de folga, como qualquer cidadão", justificou.
Vasques afirmou que não tinha relação íntima com Bolsonaro, mas um ligação profissional. Ele ainda afirmou ter tirado uma foto com o ex-presidente por sentir "orgulho" dele.
"Foi o único que deixou eu bater a foto, nenhum outro presidente autorizou a gente a bater foto. Qual o orgulho para um servidor público, para um policial? Quem é o presidente? É o maior comandante das polícias, qualquer presidente, o atual também é, todos foram. É orgulho para gente levar uma foto com o presidente, a gente se emociona", disse.