Gestão Renan Calheiros doa escolas estaduais ao AL Previdência e Sinteal silencia

Da Redação

Uma conta que não fecha. Vamos contar aqui a história da difícil missão do governo do Estado de convencer o cidadão alagoano que a atitude de doar todas as escolas da rede pública estadual para o AL Previdência segue uma linha racional que não tira dinheiro e ativos da educação para cobrir um inchaço na folha salarial estadual causado por Renan Filho, George Santoro, Rafael Brito e companhia.

E o mais intrigante disso tudo: onde está o Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal) que não se posiciona em relação a este fato e transparece à sociedade que se omite a um roteiro que nos lembra um episódio do seriado Chaves, em que o protagonista deveria vender os churros feitos por Dona Florinda, mas vende os doces para si mesmo e, após comê-los todos, se dá conta que o que tem em mãos são somente os míseros centavos que lhe bastaram para comprar apenas o primeiro churro?

Entendendo a situação

Para entender melhor a situação temos que voltar ao momento em que o ex-governador Renan Filho, em período eleitoral, concedeu aumentos que incharam a máquina pública, sem previsão orçamentária para honrar com os novos compromissos firmados. Nossa reportagem procurou o economista Diego Farias que nos explicou que o atual cenário atende à Lei 8.759/2022, que prevê a doação de 304 escolas da rede pública estadual para o “Fundo Garantidor Previdenciário”, numa situação em que elas deixam de ser um patrimônio do Estado de Alagoas e do povo alagoano e passam a ser, tão somente, patrimônio do AL Previdência.

A medida busca gerar dinheiro para pagar a conta deixada por Renan Filho e seus ex-secretários George Santoro (Fazenda) e Rafael Brito (Educação), garantindo que a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) pague aluguel pelo uso do espaço das escolas ao AL Previdência. Trocando em miúdos: A Seduc doa suas escolas e, na sequência, passa a pagar aluguel ao AL Previdência para poder utilizá-las. Mas fica a pergunta: onde estaria o “pulo do gato”? Nós respondemos.

Ao pagar aluguel para o AL Previdência com dinheiro da educação - incluindo até valores referentes ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) -, o governo do Estado garante uma fonte segura de recursos, afinal, cabe à gestão estadual, por lei, gastar um mínimo de 25% com educação. Mas aí vem a parte mais cruel: pagar aluguel para usar suas próprias escolas é investir em educação? Pagar aluguel ao AL Previdência garante melhorias para alunos ou de estrutura física e de trabalho aos profissionais da educação? A resposta é simples: não, muito pelo contrário.

Onde está o Sinteal?

E, mais uma vez insistimos no questionamento: onde está o Sinteal que não enxerga uma situação tão grave e se posiciona de maneira firme a respeito do fato? Especialistas consideram a engenharia financeira do governo do Estado como uma pedalada que merece ser brecada para evitar prejuízos ao povo alagoano. Será que tal cenário não sensibiliza o Sinteal?

Assim como os profissionais da educação e demais alagoanos, aguardamos por respostas.