Motorista e assessor do ex-secretário de Paulo Dantas pagou faculdade do filho do chefe com dinheiro do SUS, revela PF

21 de dezembro de 2025 às 12:57
Política

Foto: reprodução

Por Francês News

Uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre desvios na Secretaria de Saúde de Alagoas revelou que um funcionário público, atuando como motorista e assessor pessoal do então secretário Gustavo Pontes de Miranda, foi usado como operador financeiro do suposto esquema criminoso. Entre as funções do servidor, estava o pagamento das mensalidades da faculdade de medicina do filho do secretário, Gustavo Pontes Filho. A informação foi divulgada pelo jornalista Carlos Madeiro em seu blog no UOL.

O servidor mantinha dois vínculos formais simultâneos: um na Prefeitura de Santana do Ipanema e outro na Assembleia Legislativa de Alagoas, enquanto desempenhava funções diretas para o secretário. Em 5 de junho de 2024, ele foi flagrado por agentes da PF sacando grandes quantias em dinheiro em uma agência da Caixa em Maceió, usando um dos carros oficiais da secretaria.

O esquema milionário e a pousada de luxo
Os desvios investigados pela Operação Estágio 4 somam quase R$ 120 milhões do SUS. Parte desse dinheiro teria financiado a compra de uma pousada de luxo de R$ 5,7 milhões em Porto de Pedras, no litoral norte de Alagoas, em nome do filho do secretário.

A PF identificou que parcelas do imóvel e outras despesas dos investigados eram quitadas por terceiros, incluindo o referido assessor e empresários com contratos suspeitos com a secretaria. O imóvel, uma pousada na paradisíaca praia de Tatuamunha, foi declarado à Receita por apenas R$ 400 mil.

A defesa e as investigações
Gustavo Pontes de Miranda, afastado do cargo por ordem judicial, nega todas as acusações e classifica a operação como "abuso" da PF. O governo de Alagoas criou uma comissão especial para colaborar com as investigações, reafirmando a não compactua com irregularidades.

A PF segue apurando o esquema de lavagem de dinheiro, corrupção e ocultação de patrimônio, no qual servidores públicos teriam sido peças-chave para movimentar recursos desviados da saúde dos alagoanos.