Gaspar expõe fluxo bilionário e alerta para “festa do crime” na lavagem de dinheiro de aposentados

28 de novembro de 2025 às 08:00
Política

Foto: assessoria

Por Redação com assessoria

O relator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar, expôs nesta quinta-feira (27) um organograma que detalha o fluxo bilionário de lavagem de dinheiro envolvendo empresas de fachada. O material foi apresentado durante a oitiva do contador Mauro Palombo, apontado como peça técnica-chave no esquema de desvio de recursos de aposentados e pensionistas.

Gaspar afirmou que o levantamento aponta para uma engrenagem criminosa capaz de movimentar somas expressivas. Segundo ele, parte dos valores desviados foi convertida em criptomoedas, método utilizado para dificultar o rastreamento. O deputado classificou o cenário como uma “lavanderia” financeira que misturou dinheiro de vítimas e de outras organizações criminosas.

O parlamentar também alertou para as fragilidades do sistema financeiro brasileiro diante da complexidade das operações. Para Gaspar, o país enfrenta um cenário de vulnerabilidade extremo. “O crime está fazendo a festa em lavagem de capitais”, declarou, reforçando a necessidade de endurecimento dos mecanismos de controle.

Durante a sessão, o relator destacou que a ARPAR permanece como ponto estratégico dentro desse fluxo ilícito. Ele criticou qualquer tentativa de blindagem institucional e afirmou que a comissão não pode limitar o alcance das investigações. A meta, segundo o deputado, é desarticular por completo o modus operandi do crime financeiro.

Gaspar frisou que os valores rastreados se espalham pelo mundo, abastecendo diferentes facções e estruturas criminosas. As camadas sobrepostas, disse ele, foram projetadas para dificultar o trabalho das autoridades e criar uma rede de ocultação altamente sofisticada. O destino final, em muitos casos, seria o desaparecimento dos recursos em criptoativos.

Ao encerrar sua fala, o deputado defendeu que a CPMI avance sem interferências políticas. Para ele, o combate ao desvio de recursos públicos deve prevalecer sobre quaisquer interesses individuais. “O Brasil não suporta mais novas camadas de corrupção”, afirmou. “Precisamos entregar resultados concretos.”

O depoimento de Mauro Palombo, alvo central da sessão, também foi alvo de críticas do relator. Gaspar apontou o contador como figura fundamental na sustentação da engrenagem criminosa que atuou em diversas entidades. Segundo ele, as explicações apresentadas durante a oitiva não foram suficientes para afastar os indícios de participação.

“Mauro Palombo aparece como contador em vários núcleos ligados ao roubo de aposentados e pensionistas”, reiterou Gaspar. Mesmo após os esclarecimentos, o deputado afirmou que a comissão seguirá aprofundando as investigações para desvendar toda a cadeia de responsabilidade.