Calheiros silenciam e evitam críticas a Dantas após acordo considerado pífio com a Braskem

Por Redação 

Os senadores Renan Calheiros e Renan Filho mantêm silêncio absoluto sobre o acordo firmado pelo governo Paulo Dantas com a Braskem, que garantiu apenas R$ 1,2 bilhão ao Estado em um prazo de dez anos — muito distante das expectativas iniciais de pelo menos R$ 20 bilhões. A diferença de postura ganha destaque porque os mesmos parlamentares foram incisivos e contundentes ao criticar o prefeito JHC quando ele fechou um acordo de R$ 1,7 bilhão com a mineradora.

Segundo análise do jornalista Ricardo Mota, do Cada Minuto, o episódio expõe mais uma vez a “moral relativa” presente no ambiente político. Renan pai chegou a acusar JHC de ter “propensão a desviar recursos da saúde” após a compra do Hospital Municipal, enquanto Renan Filho afirmou que o prefeito havia dado “quitação plena” à Braskem — exatamente o mesmo mecanismo adotado agora pelo governador Paulo Dantas.

O silêncio, avalia Mota, é estratégico: ambos os Calheiros dependem eleitoralmente de Dantas e evitam qualquer atrito público com o aliado. O contraste entre a dureza nas críticas ao prefeito e a ausência de reação ao acordo estadual se tornou evidente para atores políticos e observadores locais.

Para o jornalista, o caso marca mais um capítulo da disputa em torno das responsabilidades e compensações pelos danos causados pela exploração de sal-gema em Maceió. Ele encerra sugerindo que seria “interessante conhecer a opinião de George Santoro” sobre o novo acerto.