“Rio de Janeiro de hoje pode ser a AL de amanhã”, alerta vereador sobre aumento da violência em Maceió

29 de outubro de 2025 às 18:28
Política

Foto: reprodução

Por Redação com assessoria 

O vereador Leonardo Dias (PL) alertou para o avanço da criminalidade em Alagoas durante discurso na sessão ordinária da Câmara Municipal de Maceió (CMM), nesta quarta-feira (29). Ao repercutir a megaoperação policial contra o Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro, o parlamentar comparou a atual situação fluminense ao que, segundo ele, pode se repetir em território alagoano.

“O Rio de Janeiro de hoje pode ser a Alagoas daqui a alguns anos. Paulo Dantas pode ser o novo Leonel Brizola, pois estamos vendo, dia após dia, a criminalidade aumentar. As pessoas já não conseguem transitar livremente entre determinadas regiões, e pouco se vê de ações efetivas para conter o armamento que está chegando ao nosso estado”, afirmou.

Dias criticou a atuação da Secretaria de Segurança Pública (SSP), que, em sua avaliação, “prefere fazer propaganda de que está tudo bem”, enquanto a violência cresce em Maceió e em outras regiões do estado. O vereador citou o recente caso de um jovem baleado na orla da Pajuçara como exemplo da falta de controle da criminalidade.

“Maceió está cada vez mais parecida com as capitais dominadas pelo tráfico. Ontem mesmo, um jovem foi baleado nas costas na Praia da Pajuçara. Quantas vezes, neste ano, vimos assassinatos no cartão-postal da cidade? E isso sem falar nos bairros onde o crime já se tornou rotina”, destacou.

Em tom crítico, Leonardo ironizou a inauguração da roda-gigante da Pajuçara, dizendo que o equipamento turístico tenta mascarar a insegurança. “Espero que as pessoas subam para apreciar a vista, e não para ver cadáveres na praia. A responsabilidade é da SSP, que assiste à escalada da violência sem agir de forma efetiva”, disse.

O vereador também fez um paralelo entre as políticas de segurança adotadas no Rio de Janeiro nos anos 1980, sob o governo de Leonel Brizola, e o que considera omissão do governo alagoano atual. Segundo ele, a falta de enfrentamento às facções repete erros que fortaleceram o crime organizado no passado.

“É a mesma ideologia que destruiu o Rio de Janeiro e agora ameaça Alagoas. O Estado cruza os braços enquanto o tráfico cresce. O governo prefere negar o problema a enfrentá-lo, e isso pode custar caro à nossa população”, afirmou.

Leonardo ainda responsabilizou o governo federal por medidas que, segundo ele, enfraquecem o combate à criminalidade. “Em maio deste ano, o Brasil se recusou a classificar o PCC e o CV como organizações terroristas. E o presidente ainda teve a coragem de dizer que traficantes são vítimas dos usuários”, criticou.

“Traficante não é vítima. Vítima é o cidadão que vive refém da violência. E, se nada for feito, Alagoas estará condenada ao mesmo caos que hoje assusta o Brasil inteiro”, concluiu.