Piloto morto em queda de avião em AL tinha ligação com cartel irlandês e acumulou fortuna milionária

27 de outubro de 2025 às 13:48
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Piloto que morreu em AL tinha ligação com o maior cartel da Irlanda e lucrou R$ 120 milhões em voos - Foto: Reprodução

Por Redação 

O piloto australiano Timothy James Clark, de 46 anos, morto na queda de um avião em Coruripe (AL) em setembro, era mais do que um aviador: ele mantinha vínculos diretos com o cartel irlandês Kinahan, um dos grupos criminosos mais influentes do mundo, e teria lucrado cerca de R$ 120 milhões em operações de tráfico internacional de drogas.

Segundo o jornal The Age, Clark já havia realizado diversos voos entre a América do Sul, a África e a Austrália, transportando grandes quantidades de cocaína. Autoridades sul-africanas estimam que o piloto tenha feito até 30 viagens transatlânticas, cada uma movimentando milhões de dólares.

As investigações revelaram que o australiano era sócio do empresário alemão Oliver Andreas Herrmann, preso na Austrália por tráfico, e que ambos mantinham ligações financeiras com Christy Kinahan, fundador do cartel irlandês. Imagens publicadas nas redes sociais mostram Clark e Herrmann jantando juntos em Harare, no Zimbábue, em 2018.

Além de traficante, Clark era diretor e secretário de empresas de investimento na Austrália e na Ásia, como a Stock Assist Group Pty Ltd e a Bluenergy Asia Pty Ltd, usadas, segundo a polícia, para lavagem de dinheiro.

O piloto também mantinha perfis falsos em plataformas como Google Maps e Tripadvisor, onde usava o pseudônimo “John Smith” para publicar fotos e avaliações — algumas coincidentes com locais frequentados por membros do cartel Kinahan.

O corpo de Clark foi identificado oficialmente pelo Instituto de Medicina Legal de Alagoas na sexta-feira (24). A confirmação foi feita por exame genético, com material cedido por uma irmã na Austrália, em cooperação com a Polícia Federal e autoridades diplomáticas.

O acidente aéreo ocorreu em 14 de setembro, quando o avião pilotado por Clark caiu em uma área de vegetação de difícil acesso em Coruripe. No local, agentes da Polícia Federal encontraram cerca de 200 kg de cocaína, alimentos importados e equipamentos improvisados para reabastecimento em voo, o que indica que a aeronave seria usada em uma rota de longa distância sem escalas.

A Polícia Federal segue investigando o caso como tráfico internacional de drogas, e busca determinar a origem e o destino da carga, já que não havia plano de voo registrado junto às autoridades brasileiras.