A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reforçou nesta quarta-feira (3), no julgamento da Ação Penal nº 2.668 no Supremo Tribunal Federal (STF), que não existem provas concretas ligando o ex-chefe do Executivo a uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O advogado Celso Vilardi afirmou que a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, é marcada por inconsistências e classificou seu depoimento como uma “sucessão inacreditável de fatos”.
Segundo Vilardi, Cid teria sido “pego na mentira pela enésima vez”, o que tornaria seu acordo de colaboração inválido. A defesa também criticou a falta de tempo para analisar o material do processo, que soma mais de 70 terabytes de dados, alegando violação do princípio da ampla defesa.
A estratégia dos advogados incluiu o pedido de anulação da delação de Mauro Cid, argumento compartilhado por defensores de outros sete réus que compõem o chamado “núcleo crucial” da suposta articulação golpista.
A sessão desta quarta-feira foi dedicada às sustentações orais, e a votação dos ministros da Primeira Turma deve ocorrer apenas nos dias 9, 10 e 12 de setembro. Caso os réus sejam condenados, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.