PF descarta relevância de pen drive apreendido com Bolsonaro; saiba mais

23 de agosto de 2025 às 13:29
Política

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Por Redação com Francês News

A Polícia Federal (PF) concluiu que o pen drive apreendido no banheiro do ex-presidente Jair Bolsonaro durante operação em 18 de julho não possui relevância para as investigações em curso. De acordo com apurações, o dispositivo continha uma grande quantidade de documentos previamente apagados, e os peritos conseguiram recuperar apenas catálogos em PDF da Medicalfix, uma empresa de equipamentos médicos e odontológicos de Santa Rita do Passa Quatro (SP), da qual é sócio o dentista Mário Roberto Perussi, amigo pessoal de Bolsonaro.

Os arquivos recuperados foram gravados em 21 de agosto de 2024, um dia antes de um encontro entre Bolsonaro, seu filho Eduardo e Perussi, no qual discutiram estratégias para importação de máquinas e otimização da legislação tributária para o setor. A PF verificou que a empresa não possui contratos com o governo federal ou estadual, apenas com a prefeitura de sua cidade sede. Por não se enquadrarem no escopo do inquérito, os dados do pen drive não foram incluídos no relatório que indiciou Bolsonaro e Eduardo por coação no curso do processo.

Paralelamente, a PF analisa anotações manuscritas encontradas no porta-luvas de um dos carros do ex-presidente durante a mesma operação. Os documentos contêm referências diretas à delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, apresentando uma "linha do tempo" de eventos e possíveis estratégias de defesa. Entre os trechos transcritos, Bolsonaro escreveu: "Não existia grupos, sim indivíduos", "Recebi o $ do Braga Netto e repassei" e "Plano de fuga – do GSI caso a Presidência fosse sitiada", além de menções ao ministro Luiz Fux.

Investigadores acreditam que as anotações tenham sido feitas durante o interrogatório de Cid no STF, em junho, quando Bolsonaro também registrava informações em papéis. Apesar do conteúdo sensível, o material não foi incluído no inquérito principal por não se enquadrar formalmente no escopo da investigação sobre coação, mas permanece sob análise da PF. O pen drive e as anotações seguem apreendidos, e o caso continua em aberto.