Bolsonaro e filho denunciados; entenda os próximos passos da investigação
Por Francês News
A Polícia Federal (PF) concluiu as investigações e indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. O relatório, que aponta a restrição ao exercício dos poderes constitucionais como parte do esquema, foi encaminhado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes à Procuradoria-Geral da República (PGR).
A PGR agora analisará o documento e terá três caminhos possíveis: apresentar a denúncia formal com base nas conclusões da PF, pedir novas diligências para complementar a investigação ou arquivar o caso. Paralelamente, Moraes deu um prazo de 48 horas para a defesa de Bolsonaro se manifestar sobre o descumprimento de medidas cautelares e o risco de fuga, citados no relatório policial.
Em um desdobramento distinto da operação, o pastor Silas Malafaia foi alvo de busca e apreensão ao desembarcar no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. Ele foi conduzido para prestar depoimento na delegacia da PF, onde optou por exercer o direito ao silêncio. Diferentemente dos Bolsonaros, Malafaia não foi indiciado. A PF ainda investiga seu suposto envolvimento e pretende intimá-lo para novo depoimento, podendo, no futuro, pedir seu indiciamento em um relatório complementar ou, se não houver provas, arquivar as investigações contra ele.
Após deixar a delegacia, Silas Malafaia criticou a ação da PF em declarações à imprensa. "Eu que sou o criminoso? Isso é uma vergonha. Que país é esse? Que democracia é essa? Eu não vou me calar. Vai ter que me prender pra me calar", disse o pastor. Já Eduardo Bolsonaro se manifestou em uma rede social, classificando o indiciamento como "lamentável e vergonhoso" e afirmando que a troca de mensagens privadas com o pai e aliados era "absolutamente normal", negando qualquer tentativa de interferir em processos.