Barroso nega aposentadoria antecipada e rebate críticas sobre "ditadura do Judiciário"
Por Francês News
Durante visita a Cuiabá (MT) nesta segunda-feira (18), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, rechaçou publicamente os rumores sobre uma possível aposentadoria antecipada da Corte.
Em evento voltado à juventude, o “Diálogos com a Juventude”, Barroso foi direto ao ser questionado sobre o tema: “Não vou me aposentar, não. Estou feliz da vida”, declarou, afastando qualquer especulação sobre sua saída precoce do Supremo. Atualmente, os ministros se aposentam de forma compulsória aos 75 anos; Barroso tem 65.
Além de negar a aposentadoria, o ministro também rebateu duramente críticas de que o STF estaria atuando de forma autoritária. Ao ser perguntado por jornalistas sobre a percepção de uma suposta “ditadura do Judiciário”, Barroso classificou o uso do termo como um equívoco grave. “Só afirma isso quem não viveu uma ditadura. Ditaduras são regimes políticos em que há absoluta falta de liberdade, em que há tortura, censura, pessoas que vão para o exílio, ou que são aposentadas compulsoriamente. Nada disso acontece no Brasil”, afirmou.
Para o ministro, a livre manifestação de opiniões, inclusive contrárias ao Supremo, é a prova de que o país vive sob um regime democrático. “As pessoas têm todo o direito de discordar do Supremo. Mas, em uma ditadura, as coisas não funcionam assim”, completou.
O presidente do STF ainda aproveitou a ocasião para reforçar a importância da atuação do Judiciário na proteção das instituições democráticas. Citando os episódios de 8 de janeiro de 2023, Barroso defendeu a postura firme do ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos relacionados aos ataques aos Três Poderes. “Nem todos compreendem os riscos que o país correu e a importância de uma atuação firme e rigorosa, mas sempre dentro do devido processo legal”, declarou.