Sindicato denuncia colapso no HGE e acusa governo de tentar culpar médicos pela crise

17 de julho de 2025 às 15:28
MANIFESTAÇÃO

Foto: reprodução

Por redação

A crise na saúde pública de Alagoas voltou ao centro do debate após o Sindicato dos Médicos do Estado (Sinmed/AL) divulgar, nesta semana, uma nota de repúdio contra o que classificou como tentativa do governo de transferir aos profissionais de saúde a responsabilidade pelo caos no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió.

A motivação do protesto foi um cartaz afixado nas dependências do hospital, no qual os pacientes são incentivados a denunciar casos de “má assistência” via WhatsApp. Para o sindicato, a medida busca mascarar a responsabilidade da gestão estadual pelo colapso nos serviços oferecidos.

“O governo negligencia insumos, medicamentos, dimensionamento de equipe, estrutura física e condições mínimas de atendimento. E ainda tenta jogar os usuários contra os profissionais. Isso é subestimar a inteligência do povo”, afirma a nota assinada pelo Sinmed.

Além da crítica ao cartaz, o sindicato revelou uma série de problemas estruturais e operacionais dentro do HGE, que, segundo a categoria, vive um cenário de abandono:

  • O ar-condicionado da sala de ultrassonografia está quebrado há quatro meses;

  • Na UTI Pediátrica, apenas 11 das 20 vagas estão em funcionamento, devido à falta de insumos e falhas elétricas;

  • Há escassez de medicamentos essenciais, como morfina, propofol e antibióticos, além da falta de cateteres básicos.

Os médicos denunciam ainda que o sucateamento da estrutura compromete a vida de pacientes e adoece os próprios profissionais. Em reação à tentativa de inversão de responsabilidades, o sindicato sugeriu que a população utilize o número divulgado no cartaz não para denunciar médicos, mas para expor a precariedade da gestão do governador Paulo Dantas.

“O que está acontecendo é um colapso completo, causado por má gestão, e não por negligência de quem está na linha de frente”, afirmou o Sinmed, reforçando que continuará mobilizado para denunciar as más condições de trabalho e exigir melhorias estruturais na rede pública de saúde.