Genial/Quaest: Lula mantém vantagem sobre cotados para representar a direita em cenários para 2026

17 de julho de 2025 às 14:01
ELEIÇÕES 2026

Foto: reprodução

Por redação com O Globo

A tendência de melhora na popularidade do governo após o “tarifaço” do presidente americano, Donald Trump, também se reflete nas intenções de voto para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026. Dados da pesquisa Genial/Quaest divulgados nesta quinta-feira (17) mostram que o petista abriu vantagem novamente sobre Jair Bolsonaro (PL) e outros candidatos de direita no segundo turno.

Em cenários de segundo turno testados pelo instituto contra os principais cotados à disputa, o petista agora se mantém em situação de empate técnico apenas com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mas no limite da margem de erro. Se a eleição fosse hoje, o petista teria 41% dos votos, contra 37% do rival. O governador tinha 40% das menções em maio e, portanto, oscilou para baixo, enquanto Lula aparecia com resultado idêntico ao medido este mês.

Lula supera Michelle Bolsonaro (PL) na pesquisa, ao manter 43% das intenções de voto contra uma oscilação negativa de três pontos da ex-primeira-dama. O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), por sua vez, pouco mudou os patamares de intenção de voto na simulação contra o atual presidente — ele teria hoje 33% de apoio, contra 43% do petista.

Houve revés ainda entre os governadores de direita que tentam se viabilizar nas eleições presidenciais de 2026. Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, que trava uma briga interna contra Eduardo Leite (PSD), do Rio Grande do Sul, aparece novamente atrás de Lula. Ambos agora marcam 36% das intenções de voto, contra 41% do atual presidente. Os cenários de segundo turno contra Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, ficaram praticamente inalterados. Segundo a pesquisa, Lula venceria Zema por 42% a 33%, e Caiado, por 42% a 33%.

Ainda segundo a Quaest, Lula agora venceria Bolsonaro por uma margem estreita de votos (43% a 37%). Na pesquisa anterior, apresentada no início de junho, eles marcaram os mesmos 41%. O ex-presidente, contudo, está inelegível e deve ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe ainda este ano. Impedido de disputar, o ex-presidente tem sido pressionado por lideranças do “Centrão” a anunciar a desistência de sua candidatura e apoiar outro um aliado.

As sondagens de primeiro turno apontam que candidatos como Bolsonaro, Tarcísio, Michelle e Eduardo teriam mais chances de afunilar o pleito contra Lula do que os demais apresentados aos entrevistados. Ao todo, quase dois terços dos eleitores querem que Bolsonaro saia imediatamente da disputa.

Uma fatia um pouco maior do eleitor bolsonarista continua preferindo que Michelle eventualmente substitua Bolsonaro nas urnas (33%), com o filho “03” mencionado por 22% dos entrevistados, e Tarcísio, por 20%. O governador de São Paulo lidera entre os eleitores de direita que não se dizem bolsonaristas (33%), grupo em que Michelle tem 11 pontos a menos (22%) e Eduardo reduz o apelo em 13 pontos percentuais (9%).

Apoio à tentativa de reeleição

O percentual de brasileiros que gostaria de ver Lula concorrendo à reeleição cresceu de 32% para 38% desde o levantamento anterior. Mas a maioria (58% dos entrevistados) segue contra a tentativa de reeleição. A taxa era de 66% há cerca de um mês e meio, quando o governo atingiu os piores níveis de popularidade desde o começo do mandato, pressionado pela crise de imagem diante das fraudes nas aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O recorte por orientação política mostra que o apoio a uma tentativa de reeleição ganhou terreno principalmente entre quem se diz de esquerda, mas não propriamente um apoiador de Lula (61% para 72%), e entre aqueles que não alegam não ter posicionamento (22% para 28%). A fatia de centro, pela amostra da pesquisa, representa um terço do eleitorado.

O levantamento da Quaest foi realizado entre os dias 10 e 14 de julho, de modo a capturar a reação da opinião pública ao “tarifaço” anunciado por Trump aos produtos brasileiros no dia 9. Foram entrevistadas 2.004 pessoas, de maneira presencial, com aplicação de questionários. O nível de confiança na amostra, ou seja, a chance de os resultados refletirem a realidade nesses parâmetros, é de 95%.