Prefeito de Recife alega que que iniciativas da direita foram 'inexpressivas'

08 de julho de 2025 às 14:30
DURANTE ENTREVISTA

Foto: reprodução

Por redação

Durante participação em um programa de entrevista, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), fez uma análise crítica sobre a atuação da direita no Brasil e cobrou da esquerda um foco maior em ações concretas para melhorar a vida da população. Segundo ele, disputas ideológicas nas redes sociais favorecem grupos conservadores e afastam o debate de soluções reais para desafios enfrentados no cotidiano das cidades.

“Não adianta o governo entrar nessa tese de disputar narrativas ideologizadas, porque a maioria da população hoje tende mais ao conservadorismo”, afirmou Campos. Ainda assim, ele ponderou que o Recife ainda mantém um perfil mais progressista, diferente de outras regiões do país. “Você traça uma linha da Bahia para cima, com exceção de alguns estados do Norte, e vê posições mais à esquerda; da Bahia para baixo, mais à direita.”

Campos destacou que, nas regiões metropolitanas, os problemas urbanos são semelhantes, independentemente da região, e exigem respostas mais racionais e menos ideológicas. Ele citou a segurança pública como exemplo de um tema mal tratado tanto pela direita quanto pela esquerda. “A esquerda não oferece uma pauta clara para a segurança. E a direita também não oferece. O que aparece são factóides, como redução da maioridade penal ou porte de armas, que não estruturam uma política de segurança.”

O prefeito também defendeu que o campo progressista precisa dialogar com as necessidades concretas da população. “As pessoas não estão preocupadas com o conceito de democracia. Elas querem saber como a vida delas vai melhorar. A democracia precisa entregar mais”, disse. Ele criticou ainda o desempenho do último governo de Jair Bolsonaro (PL), afirmando que não houve avanços estruturantes em áreas estratégicas como infraestrutura, transformação digital, pesquisa e desenvolvimento ou valorização da academia. “A direita teve a oportunidade de governar o Brasil. E o que fez de estruturante? Nada.”

Segundo Campos, o desafio da esquerda é se reconectar com a realidade da população e deixar o campo do embate simbólico para construir soluções que realmente impactem a vida das pessoas.