Cláudio Castro chama Boulos de “paspalhão” e acirra guerra política após operação com 121 mortos

10 de novembro de 2025 às 08:20
Política

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Por Redação com agências 

A troca de acusações entre o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos (PSOL), atingiu seu ponto mais tenso neste sábado (8). Durante a 56ª Convenção da Conib, em São Paulo, Castro reagiu às críticas e chamou o ministro de “paspalhão”, reforçando o clima de confronto político que se intensificou após a megaoperação policial no Rio — ação que deixou 121 mortos no fim de outubro.

Horas antes, Boulos havia acusado o governador de “fazer demagogia com sangue” e de tratar moradores de comunidades como criminosos. A crítica também foi direcionada ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, colocando a política de segurança adotada pelos dois líderes no centro da disputa.

Castro rebateu de forma curta e incisiva. Ao ser questionado por jornalistas, disparou: “Esse é um paspalhão. Vamos embora, próximo.” Em seguida, defendeu a megaoperação, afirmando que ela marca o início de um “movimento” contra o crime organizado, e que a sociedade “não aguenta mais essa criminalidade”.

Do outro lado, Boulos elevou o tom ao acusar governadores ligados ao campo bolsonarista de adotar políticas de confronto como regra. No lançamento do programa Governo na Rua, em São Paulo, o ministro afirmou que “tratar todo mundo da comunidade como se fosse bandido” é um erro grave, e defendeu que a esquerda mantém conexão com as periferias, citando a vitória de Lula entre eleitores de baixa renda.

No eixo jurídico, a tensão aumentou com a defesa apresentada pelo governo do Rio ao Supremo Tribunal Federal. Castro enviou documento ao ministro Alexandre de Moraes justificando que a Operação Contenção, realizada nos Complexos da Penha e do Alemão, foi conduzida dentro dos padrões legais e com “uso proporcional da força” diante da atuação do Comando Vermelho.

Apesar da justificativa, Moraes determinou medidas rigorosas, incluindo a preservação de provas, a documentação completa da ação e a manutenção da cadeia de custódia. A instrução veio após denúncias de remoção de corpos antes da perícia — situação que pode comprometer investigações sobre possíveis excessos.