Desemprego fica em 6,2% e emprego com carteira assinada bate recorde
Metropoles
A taxa de desemprego no Brasil recuou para 6,2% no trimestre encerrado em maio, o que representa redução de 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre imediatamente anterior (6,8%). O emprego com carteira assinada bateu recorde no período.
Para o analista da pesquisa William Kratochwill, os principais motivos para a redução expressiva da taxa de desocupação foram o aumento de pessoas no mercado de trabalho e as baixas nas taxas de subutilização.
“Assim, semelhante às divulgações anteriores, o mercado de trabalho se mostra aquecido, levando à redução da mão-de-obra mais qualificada disponível e ao aumento de vagas formais”, explica Kratochwill.
Desemprego em 2024
- No ano passado, a quantidade de pessoas desocupadas (que não estavam trabalhando e que procuravam por emprego) totalizou 7,4 milhões e foi o menor contingente em uma década, ou seja, desde 2014 (7 milhões).
- O nível de ocupação (percentual de pessoas em idade apta a trabalhar) de 2024 foi estimado em 58,6% e ultrapassou o recorde anterior de 2013, quando o índice era de 58,3%.
- Em 2024, o país teve 103,3 milhões de pessoas trabalhando — novo recorde dentro da série iniciada em 2012.
- O Brasil criou 1,69 milhão de empregos formais (com carteira assinada) em 2024. Esse número representa alta de 16,5% em comparação a 2023, quando foram criados 1,45 milhão de postos desse tipo.
Nº de desempregados cai e de empregados sobe
A população desocupada (quem não estava trabalhando e procurava por emprego) caiu 8,6% no trimestre, com 6,8 milhões desempregados no país. Em relação ao mesmo período de 2024, esse contingente recuou 12,3% (menos 955 mil pessoas).
Do outro lado da balança, a população ocupada (ou seja, em idade apta para trabalhar) aumentou 1,2% no trimestre, totalizando 103,9 milhões de pessoas no mercado de trabalho. Além disso, o número de empregados subiu 2,5% no ano.
- Nível de ocupação: 58,5%
- População ocupada: 103,9 milhões
- Taxa de subutilização: 14,9%
- População subutilizada: 17,4 milhões
- População desalentada: 2,9 milhões
- Empregados no setor privado: 53,5 milhões
- Empregados com carteira de trabalho no setor privado: 39,8 milhões (recorde)
- Empregados sem carteira de trabalho no setor privado: 13,7 milhões
- Empregados no setor público: 13 milhões
- Trabalhadores por conta própria: 26,2 milhões
- Trabalhadores domésticos: 5,8 milhões
- Taxa de informalidade: 37,8%
- Trabalhadores informais: 39,3 milhões
Empregados com carteira assinada atingem pico histórico
Mesmo apresentando estabilidade no trimestre, a quantidade de trabalhadores com carteira assinada no setor privado foi recorde: 39,8 milhões. No ano, o contingente teve alta de 3,7%.
O total de empregados sem carteira assinada no setor privado, de 13,7 milhões, também ficou estável na comparação trimestral e na anual.
O número de pessoas no setor público (13 milhões) mostrou aumento de 4,9% no trimestre e expansão de 3,4% no ano.
Conforme o IBGE, a queda na informalidade é consequência da estabilidade do contingente de trabalhadores sem carteira assinada e da alta de 3,7% no número de trabalhadores por conta própria com CNPJ (mais 249 mil) no trimestre e avanço de 8,4% no ano.
A população desalentada (quem desistiu de procurar emprego devido à dificuldade em encontrá-lo) caiu no trimestre e no ano, com taxas de 2,9% e 3% respectivamente. São 2,89 milhões de desalentados, o menor número desde 2016.
“Essa queda pode ser explicada pela melhoria consistente das condições do mercado de trabalho. O aumento da ocupação gera mais oportunidades, percebidas pelas pessoas que estavam desmotivadas”, observa o analista da Pnad Contínua.
Massa de rendimentos atinge marca histórica
Os desempregados receberam, em média, R$ 3.457 por mês no trimestre encerrado em maio — resultado considerado estável. O IBGE classifica isso como rendimento médio habitual, que subiu 3,1% na comparação ao trimestre do ano passado.
A massa de rendimento, soma dos valores recebidos por todos os trabalhadores, atingiu R$ 354,6 bilhões — novo recorde dentro da série histórica da Pnad, iniciada em 2012 —, subindo 1,8% no trimestre e crescendo 5,8% no ano.
Segundo Kratochwill, “como o rendimento médio real permaneceu estável, consequentemente ocorreu aumento da massa de rendimentos, ou seja, a maior massa de rendimentos resultou quase exclusivamente da expansão do volume de ocupados, e não de aumento do rendimento médio”.