Dormir com fones de ouvido: hábito pode trazer riscos à saúde

24 de junho de 2025 às 09:23
Saúde

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iG

Se você consegue dormir apenas ouvindo uma playlist relaxante, um podcast leve ou até mesmo sons da natureza, provavelmente cogitou ou já adotou o hábito de dormir com fones de ouvido. A ideia parece até agradável e inofensiva, mas pode ser uma solução que esconde sérios riscos para a sua saúde. Apesar das vantagens, como bloqueio de ruídos externos, até que ponto vale a pena pegar no sono com os eletrônicos no ouvido?

Antes das vantagens, é preciso conhecer justamente os riscos por trás do hábito. O primeiro deles e que merece atenção é a exposição prolongada ao som. Quando você adormece com fones nos ouvidos, muitas vezes perde o controle sobre o volume e o tempo de uso. Mesmo em níveis considerados moderados, o som contínuo por horas pode afetar as células auditivas, principalmente se o volume ultrapassar 60% da capacidade do dispositivo. 

Isso traz como consequência a perda auditiva irreversível, algo que não costuma dar sinais imediatos, mas se acumula silenciosamente com o passar do tempo. A exposição constante a sons pode manter o cérebro em um estado de alerta leve, impedindo que você entre nos estágios mais profundos e restauradores do sono, afetando diretamente sua disposição no dia seguinte.

Outro problema frequente é o risco de infecções. Fones de ouvido criam um ambiente abafado e úmido dentro do canal auditivo, o que favorece a proliferação de bactérias e fungos. Isso pode resultar em infecções ao longo do tempo, além de coceiras, dor e acúmulo de secreção. E quanto mais você dorme com os fones, maior a dificuldade de manter a higiene ideal. 

O próprio atrito físico do fone no ouvido durante a noite também pode causar pequenas lesões ou desconforto, sobretudo se o modelo for intra-auricular e não tiver sido projetado para uso prolongado.

Além disso, vale ressaltar que o uso noturno constante pode dificultar o processo natural de limpeza do ouvido, favorecendo o acúmulo de cera. Isso não apenas compromete a audição como também pode gerar sensação de ouvido entupido ou até dor. E, para quem já tem propensão a zumbido ou sensibilidade auditiva, o risco é ainda maior.

Ninguém deve dormir com fones de ouvido?

Com cuidados adequados, o uso pontual pode ser relativamente seguro, especialmente em situações específicas, como viagens ou noites muito barulhentas. O segredo está na moderação e na escolha certa dos equipamentos. 

Usar o recurso de timer para desligar o som após alguns minutos, manter o volume sempre em níveis baixos e escolher fones mais confortáveis, como os de cabeça com almofadas macias ou modelos especialmente projetados para uso noturno, são atitudes que minimizam os riscos. Além disso, a higienização regular dos fones é fundamental para evitar a proliferação de micro-organismos.

Quem procura alternativas também encontra opções interessantes. Em vez de fones, é possível investir em  caixas de som com reprodução ambiente, que não bloqueiam o canal auditivo e ainda oferecem uma experiência imersiva. 

Outra alternativa são os dispositivos de condução óssea, que transmitem o som por vibração e deixam o canal auditivo livre. Para muitas pessoas, essas soluções entregam a mesma sensação de conforto e relaxamento, com menos impactos negativos para a saúde.

Dormir ou não com fones de ouvido?

No fim das contas, dormir com fones de ouvido é uma prática que exige equilíbrio. Pode ser útil e até benéfico ocasionalmente, desde que os cuidados certos sejam adotados. O problema está em transformar esse hábito em rotina sem refletir sobre os riscos. A longo prazo, o que parecia ser apenas um aliado do relaxamento pode se tornar um vilão para a audição e a qualidade do sono. 

A melhor decisão é sempre aquela que considera o bem-estar imediato, mas também preserva sua saúde no futuro. Se dormir com música ou sons relaxantes realmente faz diferença na sua rotina, a recomendação é procurar alternativas mais seguras ou, pelo menos, adaptar seus hábitos.