Estreia de Ancelotti dá à Globo recorde do ano, mas Record segue com melhor pico
Por redação com InfoMoney
A estreia de Carlo Ancelotti à frente da Seleção Brasileira já trouxe efeitos além das quatro linhas. Com dois jogos nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, um empate sem gols contra o Equador, em Quito, e uma vitória por 1 a 0 sobre o Paraguai, em São Paulo, foi responsável pelo melhor resultado do ano com audiência da Globo.
A detentora dos direitos de transmissão dos jogos da Amarelinha, alcançou com os dois jogos a média de 29,4 pontos, com picos de 30 na Grande São Paulo, principal praça de medição do país.
Em termos de pico de audiência, a emissora carioca não conseguiu superar a melhor marca do ano com eventos de futebol, que ainda fica com a Record, que chegou a ultrapassar a marca dos 31 pontos na final do Campeonato Paulista entre Corinthians e Palmeiras — reflexo da força das rivalidades locais.
O jogo contra o Paraguai teve contornos especiais. A partida marcou a estreia de Ancelotti em solo brasileiro e coincidiu com seu aniversário de 66 anos. A torcida preparou um mosaico de boas-vindas e a Neo Química Arena recebeu mais de 46 mil pessoas, lotação digna dos grandes momentos da seleção. No geral, o Brasil tem mantido média de 51 mil torcedores por partida como mandante nesta campanha das Eliminatórias, maior desempenho desde 2002, ano do pentacampeonato mundial.
Com todo esse ambiente de visibilidade e mobilização popular, empresas de diversos setores enxergaram a chance de reforçar suas marcas. No jogo em Quito, nada menos do que 30 empresas estamparam suas logomarcas nas placas de publicidade do estádio Rodrigo Paz Delgado. Nomes como Sadia, Rexona, Café 3 Corações, Supermercados Assaí e Universidade Cruzeiro do Sul dividiram espaço com iniciativas menos conhecidas, como a hamburgueria Vaca! Burguer, que usou o slogan “Do Rio de Janeiro para o mundo” para chamar atenção.
O setor de apostas foi o mais presente entre os anunciantes. Ao todo, 11 casas de aposta investiram em exposição publicitária nos dois jogos, entre elas nomes já populares e regulamentados no Brasil, como Betano, Betnacional, Superbet e Betsson. Marcaram presença também plataformas locais, como a Ecuabet — patrocinadora oficial da seleção equatoriana — e outras menos conhecidas do público brasileiro, como Dado Bet e Bet593.
“A associação com um ídolo como o Zico ainda é extremamente valiosa. Ele traz consigo uma legitimidade histórica e emocional que conecta a marca ao torcedor”, afirmou Vinicius Nogueira, CEO da BETesporte, uma das casas presentes na publicidade.
O mesmo foi reforçado por Henrique Guidi, diretor de negócios do grupo End to End: “Os jogos da Seleção são uma oportunidade de furar a bolha. Estar lá é estar ao lado das maiores marcas do país.”
A estreia de Ancelotti também gerou efeitos digitais. Apenas após sua apresentação oficial no dia 26 de maio, o técnico italiano ganhou quase 200 mil novos seguidores, elevando seu total para 1,1 milhão em apenas uma semana. A média diária de crescimento de seu perfil, que girava em torno de 2 mil seguidores, saltou significativamente com a exposição ligada à Seleção.
A CBF também aproveitou o momento de calmaria e renovação para tentar se reposicionar. Após meses marcados por escândalos internos, acusações de assédio, disputas judiciais e crises políticas, o perfil da entidade voltou a crescer nas redes sociais, alavancado pelo prestígio e interesse gerado pela chegada do multicampeão europeu ao comando técnico da Seleção.