'Homem de duas faces': sobrinho relata 25 anos de agressões do major que matou filho e cunhado
Por redação
Arrisson Luan Galvão, filho do sargento aposentado Altamir Moura Galvão de Lima, afirmou nesta segunda-feira, 9 de junho, que o major da reserva Pedro Silva — responsável pelas mortes do próprio filho, Pierre Victor Pereira Silva, de 10 anos, e do ex-cunhado — mantinha “um histórico de 25 anos de violência, sempre agressivo com todas as mulheres”. O depoimento foi dado durante o velório do sargento, em Maceió.
Segundo Arrisson, o tio já tinha disparado contra a perna de uma ex-companheira e protagonizou inúmeros episódios de espancamento em Palmeira dos Índios. “Ele era um homem de duas faces”, declarou. O sobrinho relatou que, no sábado (7), quando Pedro Silva invadiu a casa da família na Rua Manaus, bairro do Prado, usou as crianças como reféns para chantagear a ex-esposa:
“Minha mãe e minha tia correram para se trancar no quarto. Ele quebrou a janela para entrar e passou a cortar o cabelo dos meninos, chegou a ferir o braço do Pierre com uma faca. As crianças não entendiam a situação.”
Arrisson descreveu o pai como “íntegro, pacífico e avesso a confusão”. O sargento tentou conter o major em luta corporal, mas foi baleado. Para o sobrinho, Pedro Silva “estava bem decidido, tudo premeditado”.
O crime e as investigações
Preso desde janeiro por violência doméstica, Pedro Silva fugiu do presídio militar na noite de 7 de junho, invadiu a casa da ex-mulher e manteve três familiares sob cárcere privado. Ele matou o cunhado e o próprio filho antes de ser abatido por agentes do Bope.
A Polícia Civil apura as falhas que permitiram a fuga e investiga denúncias de violência ignoradas ao longo dos anos. Enquanto isso, a família se despede das vítimas: o velório do menino Pierre ocorre em Palmeira dos Índios até terça-feira (10), e ainda não há definição sobre o sepultamento do major.