EUA buscam novos mercados após Brasil ganhar espaço na China

08 de junho de 2025 às 07:23
Mundo

Foto: Reprodução

UOL

O avanço das exportações brasileiras de grãos para a China, especialmente de soja, acirrou a competição nos mercados globais e obrigou os Estados Unidos a reorganizar sua estratégia comercial.

Com menos contratos firmados com Pequim para a próxima safra, Washington intensificou sua busca por novos destinos, enquanto o Brasil se consolidou como o principal fornecedor da potência asiática, conforme noticiou a Bloomberg.

Segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA, a China respondeu por cerca de metade das exportações americanas de soja em 2024. No ano passado, as exportações agrícolas americanas somaram US$ 176 bilhões.

Para a nova temporada, no entanto, não há registros de contratos chineses para soja, milho ou trigo americanos, segundo a Bloomberg.

No vácuo, Brasil e Argentina expandiram sua presença, beneficiados por custos competitivos, acordos diplomáticos estáveis e oferta consistente.

Normalmente, a soja sul-americana abastece o mercado global no primeiro semestre e a norte-americana no segundo semestre. Este ano, contudo, a China tem antecipado suas compras de soja.

Em abril, como mostrou a coluna, o governo chinês reconheceu publicamente, pela primeira vez, que a soja brasileira vem substituindo os grãos dos Estados Unidos no abastecimento do país asiático. Conforme os chineses, o Brasil tem fornecido volumes suficientes de soja com "qualidade satisfatória", consolidando-se como alternativa viável aos grãos norte-americanos. Leia mais aqui.

Para tentar recuperar o terreno perdido, reportou a Bloomberg, a ofensiva americana é conduzida pela secretária de Agricultura Brooke Rollins, que já passou por Reino Unido e Itália nas últimas semanas e tem reuniões agendadas em países da Ásia como Japão, Vietnã e Índia, segundo a agência.

O corte de programas internacionais de ajuda alimentar promovido pela administração Trump, somado aos impactos de tarifas impostas a parceiros comerciais, comprometeu rotas tradicionais de escoamento da produção, conforme a agência americana.

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Enquanto os EUA correm atrás de novas frentes, o Brasil mantém ritmo firme de embarques. Segundo o Cepea — centro de estudos vinculado à Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), da USP (Universidade de São Paulo), e referência em indicadores de preços de produtos agropecuários brasileiros —, as exportações nacionais de soja atingiram 11,15 milhões de toneladas em maio (até o dia 26), com uma média diária 8,96% superior à do mesmo período de 2024.

A colheita da safra 2024/25 está praticamente encerrada: 99,5% da área já havia sido colhida até 24 de maio, segundo a Conab.

Os preços internos, porém, mostraram leve recuo. O Índice Cepea/Esalq para Paranaguá caiu 1,17% em maio, com média de R$ 133,10 por saca de 60 kg. No Paraná, a queda foi de 1,3%, com média de R$ 128,14. As oscilações refletem tanto o avanço da colheita na América do Sul quanto o ritmo do plantio nos Estados Unidos e a incerteza em torno das tarifas comerciais ainda em vigor.

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