'A terra me pariu': ritual enterra pessoas vivas em retiro espiritual no DF

04 de junho de 2025 às 09:51
Brasil

Reprodução

UOL

Em um retiro de quatro dias em uma chácara no Distrito Federal, participantes se submetem voluntariamente a um ritual que simula o próprio enterro, como forma de renascimento simbólico.

A prática faz parte de um ritual chamado "Renascimento Xamânico", promovido pela Casa Semente Experience, que conduz retiros espirituais com medicinas da floresta e rituais terapêuticos. Vídeos que mostram os participantes sendo enterrados vivos viralizaram nas redes e geraram reações diversas. Comentários como "Meu avô fez isso em 96, gostou tanto que ficou" ou "As minhocas: hoje tem carne fresca" se multiplicaram no Instagram.

A Casa Semente afirma que a proposta do ritual é promover reconexão com a natureza e com a própria existência. "É como retornar ao útero da Terra. Respirar com ela, entregar o que já não nos serve e nascer de novo", explica Lila Sousa, terapeuta integrativa e idealizadora do projeto ao lado da irmã e sócia Priscila Sousa, que também atua como terapeuta no espaço.

As duas conduzem juntas os rituais do retiro, que ocorre em uma chácara no Distrito Federal. Inspirado em práticas indígenas da Amazônia peruana, o ritual integra um retiro de quatro dias. O pacote custa R$ 697 e inclui hospedagem coletiva, alimentação e todas as vivências.
 

Antes do ritual, os participantes passam por uma anamnese e são orientados sobre todos os detalhes da experiência. Grávidas e idosos podem participar, desde que estejam com boa saúde. Durante o enterramento, Lila, Priscila ou outra facilitadora permanece o tempo todo ao lado do participante, orientando e tranquilizando com palavras e acompanhamento direto.

O ritual é feito com o participante deitado em uma cova rasa, com o corpo coberto de terra e o rosto protegido por um pano fino. Segundo as facilitadoras, o pano serve para evitar que terra entre nos olhos, ouvidos e nariz, e também permite a respiração. A respiração deve ser lenta e consciente.

A média de tempo varia de três a sete minutos, mas há casos em que o enterramento dura mais — sempre com supervisão direta. Quando deseja sair, o participante levanta a mão e é imediatamente retirado da terra, com auxílio das terapeutas.

Grávidas, idosos e pessoas com histórico de dor crônica já participaram da vivência. A Casa afirma haver uma conversa prévia com todos, incluindo anamnese emocional e física. A participação no ritual é opcional e só ocorre com o consentimento expresso do participante.

O que dizem os "enterrados vivos"

Participantes do ritual relataram ao UOL experiências profundas e transformadoras. Muitos mencionaram o simbolismo de entregar o corpo à terra como uma metáfora para soltar dores, medos e versões antigas de si mesmos.

Alguns chegaram ao ritual com ansiedade ou histórico de depressão. Outros se entregaram à vivência com leveza e confiança. Todos afirmam que saíram diferentes — mais presentes, mais vivos ou mais conscientes do que desejam da vida.

Array ( [0] => Array ( [id] => 6 [nome] => Maceió [posicao] => 3 [slug] => maceio [status] => 1 ) [1] => Array ( [id] => 7 [nome] => Alagoas [posicao] => 6 [slug] => alagoas [status] => 1 ) [2] => Array ( [id] => 4 [nome] => Brasil [posicao] => 7 [slug] => brasil [status] => 1 ) [3] => Array ( [id] => 5 [nome] => Mundo [posicao] => 8 [slug] => mundo [status] => 1 ) [4] => Array ( [id] => 20 [nome] => Gospel [posicao] => 13 [slug] => gospel [status] => 1 ) [5] => Array ( [id] => 22 [nome] => Entretenimento [posicao] => 15 [slug] => entretenimento [status] => 1 ) [6] => Array ( [id] => 23 [nome] => Esportes [posicao] => 16 [slug] => esportes [status] => 1 ) ) 1