Harvard é proibida de matricular estrangeiros sob governo Trump
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A Universidade de Harvard, uma das mais prestigiadas instituições acadêmicas do mundo, enfrenta uma enorme crise após a decisão do governo dos Estados Unidos de cancelar sua certificação para matrícula de estudantes internacionais. A medida, anunciada oficialmente na quinta-feira (22), afeta diretamente milhares de estrangeiros em Harvard e levanta preocupações sobre o impacto acadêmico, financeiro e científico para a instituição e para o ensino superior norte-americano como um todo. As informações são da CNN.
O Departamento de Segurança Interna (DHS) revogou a autorização que permitia à universidade aceitar alunos com vistos F-1(estudantes) e J-1(visitantes acadêmicos). Essa decisão bloqueia o ingresso de estrangeiros em Harvard a partir do próximo ano letivo e obriga os atuais estudantes a buscar transferência para outras universidades que ainda possuem certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (SEVP).
Quantos estrangeiros estudam em Harvard hoje?
Segundo dados da própria instituição, atualmente, estrangeiros em Harvard representam cerca de 27% da comunidade acadêmica, segundo dados atualizados da própria universidade. Isso equivale a 6.793 estudantes internacionais, oriundos de mais de 140 países. Considerando também pesquisadores, professores visitantes e outros profissionais vinculados à instituição, o número ultrapassa 9.970 pessoas.
Essa população não apenas contribui com diversidade cultural, mas também é fundamental para a manutenção de diversos programas acadêmicos, projetos de pesquisa e desenvolvimento científico que tornam Harvard uma referência global em educação.
Entenda a decisão que afeta os estrangeiros em Harvard
De acordo com a secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, a decisão foi tomada após Harvard se recusar a cumprir uma série de exigências impostas pelo governo federal, incluindo mudanças no gerenciamento de dados de alunos internacionais e adequações em seus programas de intercâmbio.
O governo também havia congelado US$ 2,2 bilhões (R$ 12.528.560) em verbas federais destinadas à universidade, agravando uma disputa que envolve questões políticas, econômicas e de imigração. Na prática, a revogação da certificação SEVP impede que Harvard aceite qualquer estrangeiro com visto de estudante ou de intercâmbio.
Os estudantes que estão atualmente matriculados com esses vistos precisam, segundo o DHS, se transferir para outra instituição certificada ou então regularizar sua situação migratória de outras formas — o que, na maioria dos casos, é extremamente complexo.