Dilma exibe mapa-múndi invertido, com Brasil ao centro, em evento na China
Por redação com InfoMoney
A ex-presidente do Brasil e atual presidente do Banco do Brics, Dilma Rousseff (PT), apresentou nesta terça-feira (13), em um evento na China, uma versão do mapa-múndi em que o Brasil aparece no centro e o Sul está voltado para cima.
O mapa, lançado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), busca promover uma nova perspectiva geopolítica, destacando o Sul Global.
Dilma estava acompanhada do presidente do IBGE, Márcio Pochmann, que comemorou o impacto imediato da nova versão do mapa.
“A publicação do novo mapa-múndi pelo IBGE alcançou êxito instantâneo, considerando o importante debate aberto e destravado sobre o Brasil diante da nova geopolítica global, impulsionada pela emergência do Sul Global”, escreveu Pochmann no X.
Essa não é a primeira vez que o IBGE altera a forma de exibir o mapa-múndi.
Em abril de 2024, o instituto já havia lançado uma versão em que o Brasil aparecia no centro do mundo, mas sem a inversão da orientação, ou seja, o Norte continuava no topo.
No entanto, a edição de 2024 enfrentou críticas por apresentar uma série de erros, incluindo a troca de períodos geológicos e informações incorretas sobre a idade e a separação dos continentes. Na ocasião, o IBGE reconheceu as falhas e publicou uma errata.
A nova versão do mapa, agora com o Sul voltado para cima, reflete uma tendência crescente entre os países do Sul Global de questionar a hegemonia do Norte nas representações cartográficas.
Para os defensores da mudança, o modelo tradicional de mapas reforça uma visão eurocêntrica, enquanto a versão invertida busca destacar a importância de países em desenvolvimento, como o Brasil, na política e na economia globais.
A apresentação do mapa durante o evento na China, onde Dilma Rousseff lidera o Banco do Brics, reforça o simbolismo da iniciativa, que busca reposicionar o Brasil e outros países do Sul Global no centro das discussões geopolíticas.
No entanto, a versão invertida do mapa também gera debates.
Especialistas apontam que a orientação tradicional, com o Norte no topo, é uma convenção histórica e que a inversão, embora simbólica, não altera as realidades geográficas e econômicas.
Para o IBGE, porém, o mapa é uma ferramenta pedagógica destinada a estimular o debate sobre o papel dos países do Sul no cenário internacional.